segunda-feira, março 01, 2010

ÀS VEZES PENSO


Há coisas engraçadas ou talvez seja eu que já ando a ver e a ouvir demais. Ora se não estou em erro, o Bloco de Esquerda propusera que fosse criada uma comissão parlamentar de inquérito, para que fossem apuradas quaisquer possíveis interferências do Governo relativamente ao negócio da PT e TVI. Nessa altura o PSD recusou a proposta (até parecia que estava a ser proposto algo de estranho).

Contudo, posteriormente, veio a mudar de ideias, avançando com uma proposta absolutamente igual para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito, com a mesma finalidade – apurar se houve interferência do Governo no negócio PT/TVI. Possivelmente na tentativa de fazer desviar as atenções de um outro recuo: o de ter deixado cair um dos principais argumentos que utilizou em campanha, (que possivelmente utilizou para alcançar mais votos), que foi o fim do pagamento especial por conta pelas médias e pequenas empresas.

Não está em causa a minha concordância ou discordância no que refere à constituição dessa comissão parlamentar de inquérito, o que quero é pôr em evidencia que uma vez mais, ao votar nestes partidos, que exalam “responsabilidade” por todos os poros prometendo e logo de seguida estes se esquecem do prometido a quem lhes deu os votos e consequentemente o poder que detêm…

A pergunta que me martela a cabeça é a que futuro nos dirigimos com indícios destes, de falta de palavra?

publicado no
Clube dos Pensadores por mim

26.02.10

sábado, janeiro 23, 2010

OS QUE PODEM, OS QUE NÃOPODEM E OS QUE SE ESTÃO LIXANDO

A tragédia que resultou do terramoto do Haiti fez-me pensar que ao observar as pessoas, posso classificá-las como – as que podem, as que não podem e as que se estão lixando.
As que podem são as “afortunadas”. Podem ter formação ou não e habilidade para criar prestígio associado ao bem-estar económico. Tudo lhes corre de feição e não há mal que os faça sentir qualquer contrariedade, pelo menos que alguém se aperceba. Como "podem" em todas as vertentes, não admitem tristezas, não aceitam más disposições e conseguem mentalizar aqueles com quem convivem que podem pôr todas as negatividades de parte, para que os não moleste… ou para não se sentirem “agoniados” com os problemas desses outros, (acho que nem sabem o que é uma dor de dentes…) creio mesmo que esses afortunados não estão sensibilizados para aceitar e perceber a dor dos outros e estão prontos a criticar quem age de forma diferente da sua.
Contudo, dentro desta categoria há pessoas que não são egoístas, que gostam de partilhar e chegam a ser um ombro amigo… Respeitam quem se sente “em baixo”. Têm poder em várias vertentes, mas não se esquecem de respeitar os que não são tão afortunados…
As que não podem, posso dividi-las em tranches, pois aqui há os miseráveis, quer económica quer social e psicologicamente. Não têm força para ultrapassar as dificuldades e lastimam-se constantemente, gostando mesmo de ser “as coitadinhas”. Depois há as de fracos recursos económicos que são as pessoas desafortunadas e há os pobres, que embora tenham parcos recursos, são infelizes porque não sabem gerir as suas emoções nem os seus proventos, as suas revoltas e contrariedades.
As que se estão lixando são a grande maioria, porque aí incluo as que podem e as que não podem. São as desprovidas de qualquer noção de cidadania. Não respeitam o silêncio dos outros, deitam lixo para o chão na via pública, cospem e deitam pontas de cigarro para o chão… riscam e rasgam os assentos nos transportes públicos, riscam paredes e desrespeitam sinais de trânsito; estacionam em qualquer lugar… e teria muitas mais irregularidades para referir, mas todos as conhecemos… isto para não falar de quem nos tem orientado desde há muito e ainda não ter havido tempo para corrigir… como por exemplo Centros de Saúde em segundos andares de prédios sem elevador e de escadas estreitas… pensar em quem tem deficiências físicas, é perder tempo, por isso tudo continua errado…

22.01.10

terça-feira, dezembro 29, 2009

PASSANDO PELO 2009

Está mesmo a chegar ao fim este ano de 2009.
Não posso dizer que tenha sido um ano muito mau, porque dentro de tudo o que foi negativo, eu estou aqui e pronta para me recordar de algumas coisas que não gostei e outras que me deixaram triste, revoltada e desiludida. Claro que poderia referir todos os aspectos positivos, os sucessos e as conquistas, mas tudo o que é positivo deixo para quem goste de elevar os seus próprios feitos.
Não refiro aos problemas causados pelas chuvas e ventos que deixaram destruição à sua volta. A Natureza tem destas coisas.
Mas há situações que para além de me desgostarem provocam-me um sentimento de revolta muito forte, como o que se está a passar com os clientes do BPP.
Este ano que está a findar deixou um sem número de situações que mostram como a cidadania está longe de fazer parte da forma de estar de muitos de nós; durante o ano ouvimos mentiras, ouvimos falar de fraudes, verificaram-se assaltos violentos, houve crimes, ouvimos promessas; ouvimos como mesquinhices e intrigas podem ser perniciosas para o desenvolvimento de todos os sectores de um país que está a tentar sair de uma crise (sua) e na que se viu envolvido por ser um pouco de um todo.
O ano de 2009 não deixa saudades no que respeita ao tratamento para com os professores, sobretudo na pessoa da senhora ex-ministra da educação, que considerei uma pessoa fria e pouco virada a processos de entendimento. A actual ministra tem um ar doce e mostra o que espero ser um espírito de entendimento e respeito para com os professores deste país.
Este foi um ano de eleições. Deixou de haver uma maioria absoluta no Parlamento, mas continuou a verificar-se alguma arrogância e por vezes certos “risinhos nervosos” que me deixam possessa.
2009 Também deixou a pandemia da gripe A, que vai continuar por 2010, o que deixa preocupa.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

NEM SEMPRE O QUE LUZ É OURO

Maria é o nome de uma mulher que mora na minha rua. Não é nova e está longe de podermos chamar-lhe velha. Não é alta, mas também não é baixinha… Maria é vistosa e veste-se muito bem. Não sendo bonita, chama a atenção, Maria é conhecida pela sua elegância e pelo bom carro que conduz. Apenas sei que é Maria porque assim a chamam quando entra numa loja ou no café do bairro.
Mas a Maria tem um quê indefinido que chama a atenção, sobretudo quando está calada. Digo isto, porque há dias pasmei quando ouvi a Maria falar com outra pessoa sobre o que acontecera dias antes, quando saia com o carro da garagem… nunca tinha ouvido tanto palavrão em tão pouco tempo!…
Claro que me apercebi imediatamente que o traje não faz o monge… aquela pessoa que me parecia muito bem, dado a forma como se veste e todo o seu aspecto em geral engana qualquer um; um perfeito faz de conta.
Mas há outras formas de enganar, fazendo de conta que são pessoas de bem e depois vem a saber-se que cometeram fraudes, que desviaram bens de terceiros e outras situações de desonestidade… aliás são as noticias do dia a dia.

10.12 .09

segunda-feira, novembro 23, 2009

TOMAR UM CAFÉ

Tomar um café!

Como recordo todos os cafés que tomei. Pretexto para conversa, um cafezinho… a célebre bica que sabia divinalmente e um copo de água. As fotos que intercalavam o diálogo e a bebida eram momentos que guardo com carinho e muita saudade. É verdade, a poesia! Escrevíamos enquanto o néctar do café se espalhava no ar… claro que a poesia continua, claro que apenas a distancia é diferente.

Claro que a conversa continua, agora à distância de dois telemóveis… não é o mesmo, mas a verdade se diga é que é mesmo uma maravilha… a abordagem a temas filosóficos ou a psicologia em tema de fundo deixam-me agarrada ao telemóvel por larguíssimos minutos… quase horas.

A esplanada também ficava cheia de gente (sobretudo fumadores) o que fazia com que no salão me sentisse mais confortável. Que saudade! Éramos assim; conversa, café, poesia, prosa poética e fotografias… Aguardo um dia ter oportunidade de repetir esses momentos que me marcaram tanto.


23.11.09

quinta-feira, novembro 12, 2009

OUVIR, ESCUTAR, ENTENDER

Ouvir, escutar, entender… ouvimos muitas notícias, por vezes sem atenção o que leva a pressupor que não escutámos nada do que estivemos a ouvir.

Por outro lado, escutamos atentamente “fofoquices” com o intuito de parecermos muito interessados… mas assim não é na realidade.

Quanto a entendimento, é difícil definir, porque pelo facto de não escutarmos atentamente, é razão suficiente para não entendermos…

Não sei bem qual a posição em que me coloque perante as múltiplas notícias sobre o “caso Face oculta”. Comecei por ouvir e não dar muita importância. Coisas jornalísticas… depois escutei com mais atenção, mas não entendi (sou burra quanto baste). Dada a insistência das notícias sobre o tema em questão, passei a ouvir, escutar e tentar entender… Corrupção! Mas serão assim tão idiotas as pessoas para se deixarem corromper?

Há valores altos no meio disto tudo, mas quem é honesto não consegue aceitar nada em troca de seja o que for… Favores! Será possível? Que barbárie!

Mas há quem escute. Nem sempre o ditado se aplica, “quem escuta de si ouve”… Há as escutas telefónicas, ou atrás da porta, o efeito é o mesmo… Será que adivinham quem devem escutar? Ou estão todos sob escuta? Isso é desconfiar. Não entendo mesmo nada.

Ouvir a consciência! Será que isto não diz nada a esse grupo de pessoas? Espanta-me! Que lata irem à confissão, rezarem… que filhos de um deus menor são estes indivíduos? Não têm esses procedimentos seguramente, pois se assim fosse também não haveria quem coleccionasse armas, quando só de “amor” se devesse tratar debaixo desses tectos…

Por estas e outras razões eu não vou em crendices nem tão pouco aceito certos preceitos. A minha verdade poderá não ser a de outros…



12.11.09

quarta-feira, novembro 04, 2009

ESCRITOTERAPIA

Escrever funciona como terapia para muitas pessoas. Uma das pessoas sou eu, a outra és tu e mais aquele escritor famoso.

A revolta que baila nos nossos pensamentos leva-nos a dizer mil coisas em poucas palavras ou… em muitas palavras não dizermos quase nada… é que nem sempre há a palavra certa para que a possamos aplicar para um determinado caso específico.

Pessoas que usam pessoas. Esta frase poderá dizer muito ou poderá até não querer dizer nada do que eu pretendo fazer chegar aqui. Mas, com o significado que eu quero, poderei dizer que manobrar gentes é uma arte (maléfica).

O stress do dia a dia que inclui esse tal jogo de mostrar simpatia e ao virar de costas, entre dentes, dizer-se “que se lixe”. Mas dizia, o stress desanuvia-se, escoa-se pelas letras, pelas palavras e até pelos sonhos… sonhamos quando deitamos a cabeça na almofada, sonhamos quando olhamos através da vidraça numa tarde de chuva, sonhamos num fim de tarde solarento ou mesmo ao crepúsculo, num sonho indefinido… também sonhamos quando vem da alma um desabafo e é maravilhoso se temos alguém para nos escutar. (Escutar não é entender).

Quando escrevo, às vezes choro, outras vezes solto um riso aberto, libertador, sobretudo, se estou a recordar passagens ridículas, que todos nós um dia vivemos, auto criticando-nos mais tarde…é mesmo assim. Quantas vezes dizemos de nós para nós “que disparate”, “que asneira crassa”…

Não faço a mínima ideia se existe a palavra “escritoterapia”, mas a verdade é que se adapta perfeitamente ao que pretendo dizer ao utilizá-la. Será pois a terapia pela escrita. Será uma auto analise em que questiono as questões que me surpreendem, as questões que há mais de um milénio mostram duvidas e vão continuar a mostrar.

Questionar questões que transcendem o cidadão comum, como o transformar a insegurança em segurança, discernir entre auto-estima e incompatibilidade laboral ou mesmo matrimonial, compatibilizar o obsoleto com o moderno e sentirmo-nos como o centro da atracção de todas a atenções, ou sermos tal como Sócrates dizia “Não sou Ateniense nem Grego, sou um cidadão do Mundo”, é sermos mesmo isso, ser e não ser e não pertencer nem aqui nem além…

Existem várias formas de superar o stress, a ansiedade e muitas das angústias que nos afectam no dia a dia, pelo que se enriqueceram várias maneiras de fazer face a tão prejudiciais “enfermidades”. Ir às compras… mas na crise não dá. Passear… mas sem fundo de maneio não há passeio… mas a escrita sim. É a terapia ideal para desanuviar duvidas e aliviar as raivas que nos correm pelas veias, por isso inventei esta palavra escritoterapia.



04.11.09


ver: jorgeferrorosa.blogspot.com

segunda-feira, novembro 02, 2009

RESCALDO

Tento fazer equilíbrio dos meus sentidos. Não é fácil, crê. Tremem as mãos e os olhos já não deixam ver com clareza tudo o que os cerca. São fragilidades dos anos e da saúde. Contudo, o pensamento mantém-se atento e observador.

Odeio ter medo. Odeio quem mete medo e odeio as razões que fazem ter medo. Mas os medos dominam e perturbam e causam transtornos quase que irreparáveis.

A sociedade está dominada pelo medo: desemprego, falta de alimentos nos carenciados, incertezas, ansiedades e quem mais sofre por esta ou aquela razão é adolescência e a juventude.

Os últimos dias da última semana foram um desastre com as perturbações do “Dia das Bruxas”. Os adolescentes e jovens andaram apavorados por se ter lançado pânico sobre a existência de gangs que se intitulavam “boca de palhaço” e que barbarizavam as jovens. A ser um facto real, porquê não alertar as entidades para que se agisse em conformidade? Que se espera? Alarmismo generalizado? Ou é mesmo verdade e por isso é urgente que se tomem medidas. Chega de falsos alarmismos. Chega de criar situações de instabilidade ou… atrás da cortina há outros senão? Criar instabilidade escolar e promover o insucesso? Ou pretende-se esconder o insucesso com ondas de medos para justificar?

Entre os docentes também se promove a falta de solidariedade, os antagonismos com que finalidade? Criar o caos? Será que não se pretende progredir? Será que querem criar situações de desgoverno? Acho isso um disparate, mas a verdade é que com o máximo civismo as pessoas têm de pensar e ajudar a colaborar num progresso a fim de que a estabilidade passe a ser um certeza e não mais um medo…



02.11.09

sábado, outubro 24, 2009

MISTURO-TE NOS PENSAMENTOS

Misturam-se as ideias quando se esgotam as palavras. Palavras que poderiam traduzir o que vai pelo pensamento.

Sabes que é assim porque contigo se passa o mesmo. Transcreves as palavras que a alma dita e nem sempre dizes o que te vai realmente na alma…

Mesmo sem querer misturo-te nos meus pensamentos. Estás ligado aos meus gostos, ao que detesto e a tantos mil aspectos que nem merece a pena enumerar. Os cafés que tomámos, as sombras que desfrutámos, as contrariedades que discutimos e ao que acabávamos por concordar… interessante! Mesmo que o não quisesse, misturar-te-ia nos meus pensamentos….


19.10.09