sexta-feira, abril 27, 2007

IDEIAS, IDEAIS E CONTROVÉRSIA


Ideias é tudo o que tenho com fartura. Nem sempre são muito boas, pelo menos para quem toma conhecimento, mas nem por isso deixo de desistir das minhas ideias…

Hoje, caminhei perto de cinco quilómetros, porque precisava de andar, e só… e assim o fiz.

Tinha uma consulta perto das onze da manhã e decidi refazer os pensamentos antes de me abrir com a minha médica de família. Estou cansada!

Ouvi para caramba! Tensão alta, à beira de um esgotamento… enfim… mandou-me distrair e passear… além de recomendar que não posso parar de tomar o medicamento para o colesterol…

Claro está, que não devia ter aberto a boca!

Regressei pelo caminho que fazíamos às vezes, quando caminhávamos e tirávamos várias fotos com os nossos telemóveis topo de gama… e vim pensando nos meus ideais, sonhos que se parecem com as nuvem, numa correria, encontrando-se e desencontrando-se… Porque será que um ideal é algo tão inacessível?

Claro que tanto as minhas ideias de fim e os meus ideais inatingíveis, são uma real controvérsia, eis que concluo que jamais os posso expor, porque são uma polémica pegada…

Mas muito embora deixasse de pensar nestas ideias quase que fixas não as ponho totalmente de parte.

Gostei de ler uns certos comentários feitos a uns escritos meus. Sempre há alguém que lê o que escrevo e se atreve a dizer qualquer coisa… pelo menos mostra que leu… e segundo o que entendi, até perceberam. Contudo, e isso adoro, há quem me leia por aqui e por além e nem uma palavra… entretanto, ficam a conjecturar sobre o que escrevi…

27.04.07

segunda-feira, abril 23, 2007

COM OU SEM TEMPO


Pois é, com tanto tempo livre, podemos escrever textos que, para além de juntar muitas letras e formar muitas palavras, podemos usar vocábulos para agredir, para ofender e para esconder a nossa incapacidade.

Os blogues permitem, realmente, que nos expressemos com uma certa liberdade, mas utilizemos a tal ética que é tão apregoada, e sejamos democráticos, para que ao sermos atacados, nos possamos defender.

Ora bem, dou o meu pobre contributo num blog, que por acaso encontrei, e que se chama Clube dos Pensadores, e por assim se chamar, me chamou a atenção, pois que via tantos blogues e tão pouco originais, que me atrevi a opinar, a comentar e a escrever alguns textos, pois que acima de tudo, gosto de ser polémica, não propriamente por ser polémica, mas para abanar o “pensamento” de quem lê, para que se preste mais atenção a alguns assuntos que deveriam merecer mais meditação… sobretudo, no âmbito social.

As portas abriram-se e os textos que escrevi saíram e foram comentados, depreendo assim que foram lidos… mas não é este o caso. O cerne da questão é o ser posto em causa, não só o que se escreve, mas as pessoas que lá deixam os seus trabalhos, muitos que são críticas construtivas, mas até há quem tenha tempo para ser ofensivo…

Mentecapto é o autor do texto em que utiliza uma palavra que está quase que abolida e se o desconhece, devo elucidar que actualmente é empregue a palavra demente, e referente a quem sofra de demência… esclarecido (caso saiba o que significa)? Quem o não é certamente, é o contribuidor número um do Clube dos Pensadores, por quem nutro muita consideração e respeito.

O texto que li num blog (sem comentários) – A Causa foi Modificada – seria muito interessante, se apenas fosse irónico e não demonstrativo de falta de educação e ofensivo.

Como realmente não tenho muito tempo livre e o que tenho dedico-o a causas nobres, como é por exemplo o voluntariado, não vou “perder” mais tempo com o que não merece tempo nenhum.

22.04.07

sexta-feira, abril 20, 2007

FOI ASSIM…


A alvorada despontou como o brilho de um diamante ao sol. Abri os olhos e desejei que o teu dia fosse venturoso e te deixasse feliz. Esperei que abrisses os teus olhos e me desses um sorriso com os bons dias…

Nada! Absorvido que estiveste ao acordar, organizando mentalmente o teu dia, nem te veio à ideia que te estava a presentear com um sol radioso e com o meu mais terno sorriso, cheio de doçura…

Estás desculpado! Apenas a tua noção de responsabilidade te absorve e te leva a que esqueças os gestos mais simples.

Vou velando, com toda a força que dentro de mim guardo, para que o teu dia seja um sucesso e ao final te sintas realizado.

Brilhante, quente, acolhedor, o sol foi deixando o seu contributo, para que te sentisses confortável durante o dia… e vou esperando que no canto de alguma sombra te lembres de mim…

Com o declinar do sol, a tarde foi esmorecendo e o crepúsculo, airoso período do entardecer, enalteceu a beleza da Natureza… e a tua, minha estrela da tarde…

Desviei o luar para te dar luz no regresso, após um trabalhoso dia, numa luta constante, para que o teu sucesso não passe despercebido pelos que te rodeiam…

E esperei! Esperei em vão, porque quando me apercebi, já dormias na volúpia dos teus sonhos, entre os garridos ideais que abraças…

Não disseste nada! Nada! Nem Bom Dia, nem Boa Tarde… nem Boa Noite… nem te apercebeste como acompanhei o teu dia… nem te apercebeste que foi espalhado Amor durante todo o dia, para que te sentisses bem…


19.04.07

terça-feira, abril 17, 2007

PENSAMENTOS QUE DESABROCHAM


Nascemos. O primeiro berço onde nos deitam, um ninho de ternuras com cobertas de valores. Crescemos. Passamos a ter cama e esta com cobertores de valores. Mas nem os berços nem as camas são iguais, muito embora, como seres humanos, sejamos semelhantes – não iguais!

Eis que eu vivo com os meus valores e tu com os teus. Com os meus valores cultivo os meus preconceitos. Tu os teus!

Aceito-me. Sou como sou: assim mesmo. Gostaria de ser diferente, mas não sou. Não me podes confundir, sobretudo, com quem não sou.

Aceito-te. És como és. Não te confundo com outrem, porque és único.

Nascemos. Os valores que nos deram os primeiros aconchegos, jamais se perdem, muito embora, nem todos nos sirvam de alento para a nossa sobrevivência.

Virtuosidade! A palavra existe. O conceito que ela engloba, não. Possivelmente, será esta minha forma de ver o que enfrento, que me leva a ironizar e enfatizar a sátira em que se vive, num eleito faz de conta.

O mundo real; o mundo aparente. São duas facetas que temos como consequência dos ditos valores onde dormimos o primeiro sono pós nascimento. Ambos pertencem a um único mundo, o do “faz de conta” e ambos não são mais do que duas formas de nos movermos por onde andamos.

Crê que ao expor o meu pensamento, não tenho qualquer intenção, a não ser a de expressar o que me vai na parte imaterial do meu ser. Jamais pretenderia ser veículo para “melhorar” o mundo e muito menos o “teu”.

O teu mundo é tão mentira quanto o meu. Mentir é a verdade que nos deixa interagir no mundo do “faz de conta”, onde nos inserimos.

Amai-vos! Mentira! Quem ama quem? Quem ama o quê? Faz de conta! Porque ao primeiro revés és banido desse amor, és excomungado, ridicularizado, preterido! Usam-se as mais sofisticadas cosméticas para justificar o desamor, a intriga, a dúvida, a inveja; o ódio! Isto é moralidade! – um dos valores com que nos cobriram à nascença.
Não devias ser assim. não devias isto, não devias aquilo… formas de se comunicar com outrem (o que lhe impomos) – Moralização e Idealização do que nem muitos enxergam, no papel de aconselhar (de delimitar)…

E será suportável aceitar e compreender a verdade? (mas qual verdade? – a tua ou a minha?) Ou será que uma cegueira imposta, só nos força a ver o que primeiro nos mostram?

A que ponto nos preparámos para aceitar uma verdade? … e se essa verdade não está inserida no grupo das verdades que recebemos, como a tomaremos? Entendes-me?! Por estes pontos de interrogação atrevo-me a aceitar que se aceitam, muitas vezes, mentiras, mitos, crenças, que se tomam como verdade, para se viver sem questionar…
Viver sem questionar é fazer de conta que tudo está bem e em conformidade com os valores com que nos cumularam…


16.04.07
isabel

sexta-feira, abril 13, 2007

MOMENTOS - SEXTA-FEIRA 13!!!


Cada fragmento da nossa vida é composto de momentos. Uns são inesquecíveis, outros nem tanto e outros há, que seria preferível que nunca tivessem existido… e neste momento sabes a que me refiro.

Num momento, todos os pequenos momentos que o compõem, são uma sinfonia de esperança, em outros, o ritmo muda e mais parece ouvirmos um surdo “deixa-me em paz”… o rufar de tambores à frente de um cortejo fúnebre; mais parecem querer dizer que somos indesejáveis… sorte dos sonsos! … Esses, são sempre apoteoticamente aplaudidos, considerados, numa perfeita cultura do faz de conta, até que nem sentem que poderão estar a ser rejeitados com um feedback de “faz de conta”…

Momentos de palavras para quê? Momentos que o tempo absorve e desvanece, como o nevoeiro a dissipar-se, quando o sol começa a surgir no horizonte. Momentos! É verdade! Há momentos irrepetíveis porque não os sabemos repetir, porque não os respeitámos suficientemente no momento exacto… como poderíamos considerar a sua repetição?

Houve muitos momentos. Houve muitos que serão inesquecíveis (para mim), porque foram únicos, inigualáveis e dignos de todo o respeito, por terem sido únicos e inigualáveis. Ficaram como uma recordação, como quem viaja a um Santuário e traz um santinho… é uma bênção que nos acompanhará até ao dia último…

Num destes momentos de reflexão, em que preenches a maior tranche do meu pensamento e fazendo uma retrospectiva de ontem, deixo que a minha atenção se concentre momentaneamente nas palavras insultuosas que me eram oferecidas. Como é tão fácil rejeitar e não admitir que se é rejeitado… Porventura pensaste que é um exagero fazer crer que o que pensas é que está certo? Pelo menos o benefício da dúvida! Quando digo que não pensei ou não disse com intenção, é mesmo verdade. Não omito, não minto e não ouso usar de estratagemas para rejeitar seja quem for. Ou aceito ou não aceito. Jamais desfiz num amigo, para pôr em relevo quem passou a estar mais ao meu agrado… Cada pessoa tem o seu lugar e há algumas que ocupam muito da minha estima. A Amizade não se compra, não se vende nem se troca. O Amor é a terna doçura com que olhamos o nosso próximo, tentando dar-lhe toda a felicidade que porventura ainda não tenha alcançado.
Momentos também são os que a ironia que nos caracteriza, ou que fomos obrigados a criar, nos faz dizer o que os outros não entendem… e feridos que já andam por outros factores determinantes das suas vidas, os leva a que rejeitam as nossas características… mas aceite-se que ser irónico não é magoar e muito menos preterir ou rejeitar… quanto amor há, por vezes em certos ditos cheios de ironia…

13.04.07

segunda-feira, abril 09, 2007

PELA RUA


Vamos lentamente, a passo curto, de olhos nos olhos de quando em vez, numa completa cumplicidade. Não te toco. Não me tocas. Apenas caminhamos pela rua fora, em passadas curtas e ritmadas. Sabes o que penso, sei o que pensas. Partilhamos ideias, sorrisos, sem tabus, sem dogmas, sem o que quer que seja, que prejudique o relacionamento com bom entendimento, que me parece estar existindo, entre nós.

O que não dizes parece-me ouvir à distância e o que segredas, faz eco no coração. Comungamos de uma amizade, que poderíamos dizer, quase perfeita.

Quase perfeita? Nada é perfeito! Quando admitimos que estamos a chegar a um ponto que consideramos o ideal, viram-se os ventos, trocas tudo e volta-se à estaca zero…

Acertamos a passada pela vereda acima. Sorrimos e brincamos. Colhem-se flores silvestres e fotografam-se pedras, carreiros de formigas e uma ou outra borboleta que esteja distraída, de asas em repouso, poisada num tronco seco de algum cacto… assim, são momentos de felicidade!

No outro lado do monte espreitam rolos de nuvens; segredam-nos que ainda vai chover… e sopra um ventinho fraco, que iniciara brisa,,, os olhos riem, os lábios riem as faces irradiam alegria: fazemos parte integrante da paisagem…somos a conjugação de um verbo em diferentes tempos…

Uma pedra enorme. Tufos de “azedas” (florzinhas amarelas), a gritar que estamos na Primavera. Algumas abelhas numa dança frenética de flor em flor.

Interessante sentir estes momentos de liberdade, numa perfeita partilha de sentimentos e emoções, que são uma verdadeira novidade… Como é belo nos misturarmos na Natureza e sentirmos que somos parte integrante dela…

09.04.07

sábado, abril 07, 2007

MULHERES DA TERRA AMADA



Uma data. Um dia especial
Em que a saudade é uma marca,
Deixada pela verdade,
Nunca antes experimentada:
O dia da Mulher Moçambicana!

Sete de Abril!
Mulher! Ser ideal,
Que mesmo com saúde parca,
Sofredora, heroína, mesmo na crueldade,
Será sempre recordada:
É a Mulher Moçambicana!
Dentro de si tem encantos mil
E de lábios sorridentes,
Seios pendentes com filhos às costas,
É a respeitável mamana,
Doce e encaminhadora dos descendentes…

Sem jamais esquecer,
Apenas quero dizer,
Que sinto o que tu sentes,
E longe, estais sempre presentes,
Como uma sábia lição
Que enterneceu meu coração,
Maravilhosa Mulher Moçambicana.

07.04.07

terça-feira, abril 03, 2007

EMBORA SENDO, NUNCA É… …


Nada é o que nos parece ser. Tudo não passa do que desejamos que seja, por isso tudo é uma completa desilusão. A ilusão que fazemos crescer dentro de nós, com corpo e alma; mas nada passa de imagens a quem damos vida, que é a nossa vida, a que queremos que seja, mas não é nada.

A tudo o que nos rodeia damos um rosto, damos um pensamento e até embelezamos com sentimentos… que nada são, senão o que imaginamos ser… nada é como o que idealizamos que fosse. Rodeamo-nos de marionetas que fazemos girar e se deixarmos a guita laça, ficam desconjuntadas e a realidade afigura-se-nos como fantasmas…

Nada nem ninguém é uma pura realidade. Nada nem ninguém age sem que tenha atrás de si interesses, formas agressivas de se expressar, maquinismos para magoar, para ferir e usurpar o que até tinha significado para nós. É-nos constantemente extorquido algo que nos dava prazer e por vezes, razão para viver…

Há tantos anos, que já perdi a conta, tive um sonho. Como é belo uma adolescente sonhar! Como é belo haver pelo ar sons melodiosos de pássaros, flores coloridas pelos campos e sonhos cor-de-rosa no coração… mas como é triste não nos deixarem desfrutar das maravilhas desses momentos… por isso há tantos anos que me assola a nostalgia do que perdi, ou melhor, do que não me deixaram ter…

Ironia do destino, como diz o povo, o que não tem de ser nosso, jamais o será… e foi assim que um perene luto cobriu todo o meu ser e ao contrario do que aconteceu na história da Bela Adormecida, jamais apareceu pelo bosque da minha existência o príncipe, que me desse novo alento e me restituísse do sono em que fiquei…

Não creio em mais nada. Nada tem qualquer tipo de significado… nem houve baile, nem a fada boa alguma vez apareceu para que deixasse de ser a eterna Gata Borralheira… “fica-te bem descascar batatas, cheira tão bem esse cozinhado… tão bonito esse quadro, foste tu que o fizeste? Que paciência é necessária para fazer esses trabalhos…” Pois é! (Mas não passes daí, porque assim arrumadinha é que ficas bem…) foi sempre o que senti, e assim arrumadinha, com elogios inconsequentes, não se vai a parte nenhuma…

E depois de todos aqueles anos, e quando nos imaginamos a verter romantismo por todos os poros, enganamo-nos de novo…

03.04.07

segunda-feira, abril 02, 2007

FRAGMENTAÇÃO DO PENSAMENTO




A tarde vai alta e a sombra longa, enquanto o sol espreita no intervalo das espessas nuvens que vão deslizando.

Descobri que não sei o que é ter fé e desiludi-me ao verificar que nem sou quem julgava ser: Não sou nada! Sou um pedaço de qualquer coisa a que a Natureza fez o favor de deixar por aí, depois de reunir uma mão cheia de quarks up e down e fazê-los movimentar. Intemporal a vontade que me implantou, fez de mim quem sou e não sou e acrescentou uma partícula de ousadia, para que reclamasse, para que sofresse e admitir que um dia, em tempo indeterminado, fosse jogada fora…

Vivendo neste corpo, como convencionalmente foi determinado, terei vida enquanto o próximo estádio não for estabelecido.

Na tarde cinzenta, entre o manto de grossas nuvens e o asfalto molhado pelo último aguaceiro, gasto os passos com destino desconhecido…


02.04.07