sexta-feira, março 27, 2009

AQUELA RUA!

Será que devemos esquecer que ao fundo daquela rua há uma esquina? Será que, se o recordarmos vamos sempre lembrar a escorregadela que lá sofremos? Incrível! Pois é! Por mais incrível que pareça é exactamente por essa rua que me apetecia ir passar… talvez até só para recordar a escorregadela que sofri, não reparando que, para acender um cigarro (e isto já lá vão uns largos tempos, pois há muito que já nem fumo…), desconcentrava-me da atenção essencial que aquela rua me merecia, por ser tão escorregadia… Somos realmente assim, em tudo! Quanto mais escorregamos, mais nos apetece escorregar…
Mas lembro-me daquela rua, porque aquela rua me transporta, não só à escorregadela, mas e também à minha actividade como voluntária, ensinando numa Universidade Sénior.
Que saudade! Por motivos, mesmo contra a minha vontade, estou sem exercer a minha actividade… a ver vamos se posso recomeçar em breve. Adoro ensinar!
Mas ainda volto àquela rua. Quando olho ao fundo, vejo o Tejo, brilhante como cetim de seda fazendo de cama a algum barco que desliza de mansinho… O sol reflecte-se nas águas e gosto de sentir os olhos a sofrer as consequências desse brilho. Gosto de ver os prédios encavalitados como que a não querer deixar espaço para a passarada que pela Primavera esvoaça por aí… e tantos automóveis! Pelos passeios e mostrando como civicamente somos tão pouco respeitadores…

26.03.09

sábado, março 21, 2009

COR, POESIA E ARTE…

Assinala-se hoje o Dia da Poesia, também o Dia da Árvore e também se enfatiza a data que marca uma enfermidade - Trissomia 21: síndrome de Down – cujas causas, têm a sua origem numa falha no processo de divisão celular, mais particularmente um defeito na separação do cromossoma 21.




A poesia deixa-nos muitas palavras de beleza, tristeza e até de esperança… A cor abre-nos o horizonte da imaginação. que nos deixa apreciar a arte…
Assim deixei um pouco de arte…

21.03.09

quinta-feira, março 05, 2009

EM CENA!

A imensa plateia estava repleta. Todos os lugares estavam ocupados.
Ouviram-se as pancadas de Molière e o pano subiu… â boca de cena muitos actores e actrizes. Uma sessão de despedida…
Os actores iam agindo e interagindo com efusão e o publico também.
Eu em cena!
Protagonista da peça vida!
Houve aplausos. Disserem “Bravo!” e bateram mais e mais palmas… outras cenas emaranhavam-se em outras cenas e vinham homens (actores em palco) que beijavam fervorosamente com quem contracenavam. Quadros de sexo, mais ou menos explicito, e a peça desenrolando suas passagens… e cenas… e perdendo aos poucos alguns dos actores em cena… com uma orquestra que ia agudizando os seus sons ou quase em surdina, conforme o momento era mais ou menos eloquente…
Em completa apoteose, artista após artista, iam deixando a cena pelo acabar do seu papel… mas a dinâmica não abrandava e em constante movimento, os pares iam e vinham…
Quanto menos actores, mais agitadas eram as cenas.
Sobravam dois protagonistas em indizível agitação e num diálogo frenético. A Morte era o tema… e ele não queria que ela fosse o fim. E ele acabou…
A orquestra vai deixando os sons do violino se arrastar pela imensa sala como que numa lamúria infernal… e no palco apenas a ultima personagem – eu!
Palmas! Muitas palmas!
O público, lentamente, movimentando-se para as saídas nem se apercebeu que meu corpo ficou em cena e daí a pouco nada mais haveria…
… … … . . . . . . . .
Lá fora, num cartaz colorido, uns dizeres contavam muito resumidamente a história de uma mulher que havia tentado viver, mas sem sucesso…

05.03.09