segunda-feira, outubro 29, 2007

“ARRUMAÇÃO DE IDEIAS”


É mesmo isso. Um dia, de repente, sentimos que estamos saturados e aquela pessoa que preenchia todos os nossos momentos pareceu-nos um monstro. Foi assim que hoje olhei para ti - um monstro!
Detestei-te. Odiei todos os passos que deste, Odiei todas as gargalhadas que fizeste soar entre o ar parado e a noite escura, de um céu encoberto, tal como deixaste a minha alma... o que te preenche destruiu o que tentava construir...

Cada palavra apenas teve o intuito de me amachucar, de denegrir o que fui sentindo por este tempo fora… mas agora, como se estivesse a acordar se um pesadelo, só penso que nem tenho mais desejo de me cruzar contigo… Vulgar! È o que te posso chamar.

Sempre soube que assim era. Nada foi novidade, apenas tentei enganar-me, para que o tempo fosse mais fácil de suportar, mas agora é tarde. Tal como todas as folhas de papel que vou arquivando, tu passarás ao arquivo. Não mereces nada mais do que isso.

Tal como a hora mudou, eu mudei também. És o ontem e nada mais do que isso… veremos se te agrada… ou talvez nem te apercebas… até que… é isso mesmo. Até que novos acontecimentos te levem a recordar que eu estava sempre ali… mas já não estarei. Tudo tem um começo, um meio e um fim…

29.10.07

domingo, outubro 21, 2007

Hoje………20.10.07


Um dia acordamos e sentimos que estamos tão vazios como se fôramos um balão rebentado. Pois é mesmo assim que me sinto. Algo me está escapando e não consigo dar a volta…

Idiota é tudo o que te posso chamar. Não prestas nem serves para nada… mias, mas devias zurrar… com esses olhos “langanhosos” de cordeiro mal mamado, tentas enganar quem? Amor não é coisa que exista como os pacotinhos individuais de chá… é mais, mas cabe a cada um entendê-lo e respeitá-lo.

Mas adiante. Não posso mudar o mundo embora o mundo me vá mudando a mim. Devo aceitar, concordar, ser assertivo, ser condescendente, ser tudo o que se quer que seja e sorrir, sorrir para o vasto auditório. Um auditório agigantado, nacional e internacionalmente… e à noite aconchegar a cara na almofada, a minha querida almofada e chorar. Chorar pelo que já perdi e por tudo o que não consigo alcançar… e às vezes, uma curta frase seria o suficiente para que a auto-estima subisse e eu, qual balão vazio, voltasse a flutuar no universo da felicidade com o pouco de ar que lhe era soprado.

Eu sei que não serve de nada chorar sobre o leite derramado… mas a tristeza tem destas coisas. Faz-nos de parvos e depois ri-se na nossa cara…

O dia passou entre o agradável e o passa que passa e entre uns sorrisos e umas lágrimas meio escondidas; deixou que o anoitecer tomasse conta de todos os factos e os arquivasse como se de facturas e guias de remessa se tratasse… enfim! Este é o papel de cada um, neste amarrotado de horas em que o tempo domina, sem que possa ser contado em paralelo com as tais horas que escorrem pelo convencional relógio imposto, desde que me lembro de ser eu…

E o sábado morreu como qualquer flor que murcha numa jarra, antes viçosa e fazendo parte da planta mãe e depois de cortada… … …


20.10.07

domingo, outubro 14, 2007

DEBATE MATINAL

Às vezes, sem que queiramos, perdemos a oportunidade de cumprir o que havíamos combinado anteriormente. Foi mesmo o que aconteceu desta vez. Contra ventos e marés lutei, escrevi no caderno que sempre me acompanha o texto, mas depois, múltiplas contrariedades levaram-me a não publicar o texto em simultâneo com o teu. Peço desculpa. A ver vamos se hoje, passados uns quantos dias o consigo fazer.

Ora bem, no passado dia 11, escrevi:

Acordei impaciente. Dividida entre a incerteza e a angustia de um dia haver uma certeza. Uma única. Melhor, a única que iria apaziguar esta constante ansiedade, intercalada por uma eufórica alegria e risos dispersos e uma tristeza profunda, impossível de avaliar. E eu sou eu em ambas as situações e eu sou eu rindo e eu sou eu chorando que nem uma “madalena”… salto e solto todo o meu entusiasmo frente à repleta sala de aula – os meus queridos alunos seniores – que me dão força para ser cada vez mais uma real professora (porque poucos podem dizer o mesmo).

Sem dúvida, professor é mártir! Não há direito de se fazer o que se faz a este estrato social. Como vai ficando a vertente mais importante da nossa sociedade… Saiu a 4ª cíclica! Muitos dos meus amigos e muitos que não conheço, mantêm-se no desemprego. Que vergonha!

Mas não ficamos por aqui. Que ignorância é esta de não se entender o que é anti-pedagógico? Turmas tão grandes… e lá vêm dizer posteriormente, que os professores não prestam… será que há a noção da diferença de ensinar dezoito alunos e ter mais de vinte e tantos na sala de aula? Será que há noção de que psicologicamente não há condição de se ser profissional com tantas divergências e tanta arrogância? A arrogância e a prepotência são sinónimos de incompetência, não sabeis disso?

Bem, mas já percebi. O que contam são os números… mas economiza-se por um lado … e esbanja-se por outro… mas os professores são apenas marionetas de pau…

Ainda esta, que quem não sabe, procure saber. Apareceram horários no secundário, por aqui e por acolá, para duas, quatro ou seis horas… no norte… no centro ou no sul… Ora vejamos: um professor no sul, não colocado, deverá aceitar um horário de quatro horas no norte? Que desarrumação! Não vou chamar outra coisa, mas vamos pensar… o professor X, nessa situação de desempregado, mas com casa, família e N responsabilidades pode aceitar esse horário algures, onde terá de ir viver, terá de comer, terá de usar transportes, deverá adquirir material de apoio à sua função… enfim, será que pode viver com uma remuneração correspondente ao horário que lhe vai caber? Estamos a brincar ou quê? É não termos noção das realidades… (dentro de uma situação destas, o professor terá de viver com alguns “expedientes”, de esmolas ou se alugar) ou pretende-se proporcionar um “tacho” a alguém de outras linhas que não o ensino… ou proporcionar que um professor dê aulas em dois ou três estabelecimentos, numa área relativamente perto, para saltitar de escola em escola até perfazer o horário completo? (Isto é negativo em todos os aspectos, o desgaste irá seguramente reflectir-se na qualidade do exercício das suas funções…). Pensemos!


11.10.07

sábado, outubro 06, 2007

“AS PALAVRAS DE HOJE”



Posso ser tudo, mas parva, não sou. Apenas me posso engajar em sonhos, até que, de repente, interiorize que nada faz sentido. Que incongruência continuar a escrever. Escrever frases e mais frases, cujo significado só teria sentido com o teu gostar.

Morta que está a minha alma com a minha ilusão, já nada tem justificação. No mundo abstracto em que o amor tem a brevidade de um arco-íris, nada mais tem oportunidade.

Desfiz a embalagem do sonho e deitei fora as ilusões que houvera embrulhado tão carinhosamente… não têm qualquer utilidade…

O brilho do olhar deixou de se reflectir nos lábios e estes deixaram de ansiar por outros que os acariciassem… (seria horrível desejar uns lábios que almejam beijar outros…) assim, como num féretro fúnebre, tudo de mim saiu…


05.10.07

sexta-feira, outubro 05, 2007

“PAGINA Z DO DIARIO”



Escoam-se as nuvens do encantamento. Surgiu o sol, quente mas outonal. Teus olhos viraram na direcção da luz e esqueceste na sombra das palavras gentis e deliciosas, outrora dedicadas a tantos outros por quem te encantaste e dedicaste esse teu eterno fulgor.

À noite as estrelas parecem bijutarias imitando pedras preciosas sobre o manto de veludo azul-escuro, que é o Universo que nos cobre…

Escondes todas as frustrantes obsessões em filosóficas fraseologias para mostrares o que queres que apenas não admitam, e, em malabarismos linguísticos, vais deixando uma mística angústia nos todos aqueles outros…

Enamorei-me de uma realidade numa época em que achas obsoleta tal vertente em alguém… Já não há quaisquer sentidos… Impossível!... mas quem está errado és tu!!!


02.10.07

segunda-feira, outubro 01, 2007

“FOLHA X DO DIÁRIO”



As informações são vagas. Vão surgindo intercaladas com surpreendentes exclamações. Fazes parte do nada feito entre o que nada é e quando o é, é-o incomensuravelmente abominável…

Do humor fizeste a caótica existência que não tens e o miserabilismo em que te envolves, finalidade única para chamares a atenção de incautos indefesos que vão sucessivamente chegando e partindo, como aves migratórias, quando chega a mudança de estação… mudam a pena e voam de novo em busca de outros ninhos ou do que deixaram à espera, do outro lado…

Quando dizes o que premeditadamente preparaste para magoar, não tens pejo de o fazer, doendo a quem doa, fazendo-te cobrar caro pelo que te estimam… e de galho em galho, saltitas como o pintarroxo no jardim do Éden, que criaste para atrair as aves canoras que vão cantarolando seus amores, para gozares suas desgraças…

No vai e vem do Inverno, vens e vais, és e não és; do que nada tens, dás enganadoramente, pondo em evidência o que frustrantemente incendeia e que selectivamente vais impingindo, como um adocicar de lábios, depois de se saborear uma cereja doce…


01.10.07