terça-feira, setembro 27, 2005

SOPRO DE VENTO


A aragem leva-me o pensamento
Para além do Sol-posto, tão só…
Até parece uma pena ao vento,
Ou apenas uma partícula de pó…


Penso sempre no mesmo momento:
As notas da tua música, em dó…
Com o que fazes, com sentimento
Aquele que me exclui e deixa só…


Deixo então o pensamento voar,
Silenciando o que me faz chorar
Por ter imaginado ser quem não sou…


Nem mostrando todo o meu amar,
Fui importante ou nem quis acreditar,
Que nos teus braços não fui nem vou…


06.09.05
Figueira da Foz

terça-feira, setembro 20, 2005

PRAZERES SIMPLES MAS DOLOROSOS


Adoro caminhar a teu lado
Adoro ouvir-te falar…
Adoro tudo o que escreves
Adoro que sejas meu amado
Adoro sentir-te pulsar
Adoro todos os momentos, mesmo breves…

Mas sofro por toda a ilusão
Mas resigno-me por não me quereres
Mas anseio por uma mudança…
Mas tento ser, sem ter teu coração…
Mas eu sou eu, quando vieres…
Mas, mesmo sem esperança…

Se algum dia me desejares,
Se algum dia não for mais do que um não
Se uma vez apenas disseres que me amas,
Se o que queres for um talvez não …
Se por me que reres, me chamas...
Se o teu querer não for só vingança…

Porque querer-te, para mim foi fatal
Porque desejar ter-te foi um sonho sofrido
Porque dizer adeus é muito penoso
Porque jamais vou ser igual…
Porque me foste muito querido…
Porque amar-te foi doloroso…

16.09.05 - Almograve

domingo, setembro 11, 2005

TU E EU!


Amanhã.
Amanhã vou ver-te.
Amanhã.
Amanhã, cuidar-me-ei
para resplandecer ao olhar-te.
Amanhã.
Amanhã vou pôr um sorriso nos lábios
para irradiar felicidade
e deixar-te cheio de saudade.
Amanhã,
Amanhã vou cantarolar
para não sentir a distância.
Amanhã,
Amanhã vou beijar-te
porque com um beijo quero apagar
toda a revolta, tristeza e ânsia:
Apenas quero amar!
Amanhã,
Amanhã vou escrever-te.
Quero-o fazer, para não esquecer.
Amanhã,
Amanhã, de olhos brilhantes
Vou declarar ao Mundo que sois cruéis,
num discurso de ódio e dor gritantes...
Amanhã,
Amanhã vou deixar-te.
Partir, para voltar.
Amanhã,
Amanhã, de corpo frio
com a solidão a reinar,
vou sentir um arrepio...
Amanhã,
Amanhã vou chorar
porque existe a distância
e não te posso amar...
Amanhã,
Amanhã será amanhã,
Mais uma aurora vã
Com a tua ausência...