Desci a escada. Dei a volta à chave e entrei. Tudo estava desordenado como deixaras a ultima vez que lá estiveras… Não resisti. Sentei-me na berma da cama e chorei amargamente pela triste saudade que partiu e teima em nunca mais voltar…
Passaram minutos ou horas, não sei. Apenas senti ter esvaziado o meu pranto, ter esgotado as forças e pegando no que me levara a ir lá abaixo, voltei. Voltei mais triste, mais só, mais sem os nadas que ainda imaginava ter…
Os lençóis revoltos como as marés vivas de Setembro, fizeram-me reviver tão velhos momentos… subi a escada, bati e entrei. Uma visita! Cinco vinte e um! He! He, he, he… ainda te lembras? Página, linha… pois! Há coisas que nunca conseguimos esquecer…
Respirei fundo e tentei concentrar-me para ouvir aquela música que pensava ainda ter na memória… mas esvaiu-se e apenas consigo recordar um pouco do som do carro quando avariava…
Depois a tua voz suou como se estivesses ali dentro, na outra divisão onde não fui… nada havia a fazer lá.
Pareceu-me sentir ainda o teu calor quando peguei no edredão para o dobrar… foi há tanto tempo e pareceu que apenas uns minutos tinham passado… Tudo parece estranho ao mesmo tempo que tudo é tão natural. Serei eu a imaginar ou ter-se-á passado mesmo assim? Para imaginação esteve perfeita. Para ter sido realidade, pouco faltou para pensar que era mentira… ou não estaria agora aqui, a lamentar estar tão só e sem lágrimas mas com a alma num choro compulsivo…
Entretanto veio a noite. Escureceu o céu, muito encoberto e também chorando uma chuva miudinha, a fazer coro com a minha lamúria …
04.12.08
quinta-feira, dezembro 04, 2008
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1 comentário:
(...)Para ter sido realidade, pouco faltou para pensar que era mentira… ou não estaria agora aqui, a lamentar estar tão só e sem lágrimas mas com a alma num choro compulsivo…
Adorei este teu texto , contigo subi as escadas, embrenhei-me nos teus sentimentos e emoções, fui tua companhia sem o saberes...
Jinhos muitooooooos
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