domingo, janeiro 23, 2005

Dia 23!

A bruma cobre toda a paisagem
como um manto de tule branco.
Ao longe, árvores parecem miragens,
sombrias imagens de um sonho...
Uma melodia suavemente envolvente
cria uma atmosfera de fantasia.
Desfiam recordações do presente
cheias de mentira e hipocrisia,
de falsa ilusão do belo-medonho.
Vibram olhares sem significado,
mãos que não se enlaçam nem cruzam,
mas acenam promessas sem sentido...
... continua “la vie en rose” a tocar…
e aquele velho delírio doído...
não deixa que pare de te amar...
Tão distante no tempo fica o Sol
que nossas sombras beijava,
quando, na esquina do passado
com um até sempre que não voltava...
mas que me deixava um amargo sorriso,
para não veres que chorava...
e nesta tarde fria e brumosa
alegre, triste e saudosa,
no tempo, sem tempo serás meu amado...
Lápide que as intempéries tem descorado...

23.01.005

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