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Precisamente às três e trinta da tarde aquela mulher atravessou o átrio imponente do Hotel Meridian e dirigiu-se ao balcão de reservas e perguntou se podia subir ao quatrocentos e cinco.
Depois de aguardar uns breves segundos, o “groom” veio com um ramo de três belas orquídeas brancas, importadas da Holanda e com um sorriso (pago), estendeu-as dizendo que eram para a senhora e que a acompanhava.
Abriu-se a porta, depois de um delicado toque com os nós dos dedos da mão enluvada do empregado do hotel e a dama entrou, com um sorriso de muito obrigada.
O quarto estava ornamentado com dezenas de rosas cor de mel, cujo odor se espalhava como se fosse uma perfumaria… parecia um sonho de fadas (se elas existissem…) e lentamente aquela mulher atravessou o quarto, pôs as orquídeas sobre uma “chaise longue” e tirou o casaco e pôs a mala sobre a cadeira de talha dourada ao canto, perto da janela. Passeou sobre uma alcatifa macia e admirou todos os ornamentos daquele quarto onde iria passar as horas seguintes.
Não se despiu. Não se sentou. Não disse uma palavra. Caminhou de um lado ao outro do quarto e olhou o relógio…e estava só!
Voltou a vestir o casaco. Pegou na mala. As orquídeas, deixou-as no meio da cama. Sorriu e partiu…
Pela terceira vez ele dissera que chegava de Estocolmo e que a queria ver…e não aparecia...
30.12.05