sábado, janeiro 17, 2009

ÚLTIMA CARTA (talvez)


Para ti,

Aqui estou! Prometi que te escreveria uma última carta e aqui estou a cumprir. Hoje mesmo, porque quando a receberes já não vais ter necessidade de lhe responder… Não tem resposta!

Penso que não será muito longa esta minha carta, porque já resta muito pouco para dizer. Aliás, aprofundando o pensamento, até nem deveria escrever uma palavra mais. Todas as minhas palavras serão mal empregues em quem procedeu, como procedeste, por todo o tempo que sabes.

Uma vez mais voltei a ler o maço de cartas que me foste enviando. Vou arquivá-lo como se fora um arquivo qualquer. Um pacote com um laçarote vermelho! Ridículo! Isso acabou.

Se voltasse a descrever todas as amachucadelas que ainda cicatrizam na minha alma, estaria a ser tonta e a perder tempo. Estaria sobretudo a candidatar-me a uma série de insultos, para o que és muito pródigo… Não vale a pena. Afinal, o silêncio é de ouro… o segredo está em saber mantê-lo.

Por favor não repitas nenhuma das acções que sabes, com quem vier a seguir. Ninguém tem culpa dos desaforos que te fizeram há muito, muito tempo… mas também ninguém deverá ser a próxima vítima.

Devo confessar que houve momentos que imaginei teres passado a ser o que imaginava que eras… depois, arrependi-me sempre de pensar que estava a ser injusta. E sabem as nuvem do céu e as estrelas da noite como te amei…

Mas já lá vai. Tinha de dizer mais uma vez tudo isto, para aliviar a minha alma. Não é uma injustiça não querer voltar a ver-te. É uma alma amargurada a querer partir em paz com ela própria.

Tenta reflectir. Sê feliz e até à eternidade,

Eu, sempre eu…

16.01.09

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