segunda-feira, novembro 23, 2009

TOMAR UM CAFÉ

Tomar um café!

Como recordo todos os cafés que tomei. Pretexto para conversa, um cafezinho… a célebre bica que sabia divinalmente e um copo de água. As fotos que intercalavam o diálogo e a bebida eram momentos que guardo com carinho e muita saudade. É verdade, a poesia! Escrevíamos enquanto o néctar do café se espalhava no ar… claro que a poesia continua, claro que apenas a distancia é diferente.

Claro que a conversa continua, agora à distância de dois telemóveis… não é o mesmo, mas a verdade se diga é que é mesmo uma maravilha… a abordagem a temas filosóficos ou a psicologia em tema de fundo deixam-me agarrada ao telemóvel por larguíssimos minutos… quase horas.

A esplanada também ficava cheia de gente (sobretudo fumadores) o que fazia com que no salão me sentisse mais confortável. Que saudade! Éramos assim; conversa, café, poesia, prosa poética e fotografias… Aguardo um dia ter oportunidade de repetir esses momentos que me marcaram tanto.


23.11.09

quinta-feira, novembro 12, 2009

OUVIR, ESCUTAR, ENTENDER

Ouvir, escutar, entender… ouvimos muitas notícias, por vezes sem atenção o que leva a pressupor que não escutámos nada do que estivemos a ouvir.

Por outro lado, escutamos atentamente “fofoquices” com o intuito de parecermos muito interessados… mas assim não é na realidade.

Quanto a entendimento, é difícil definir, porque pelo facto de não escutarmos atentamente, é razão suficiente para não entendermos…

Não sei bem qual a posição em que me coloque perante as múltiplas notícias sobre o “caso Face oculta”. Comecei por ouvir e não dar muita importância. Coisas jornalísticas… depois escutei com mais atenção, mas não entendi (sou burra quanto baste). Dada a insistência das notícias sobre o tema em questão, passei a ouvir, escutar e tentar entender… Corrupção! Mas serão assim tão idiotas as pessoas para se deixarem corromper?

Há valores altos no meio disto tudo, mas quem é honesto não consegue aceitar nada em troca de seja o que for… Favores! Será possível? Que barbárie!

Mas há quem escute. Nem sempre o ditado se aplica, “quem escuta de si ouve”… Há as escutas telefónicas, ou atrás da porta, o efeito é o mesmo… Será que adivinham quem devem escutar? Ou estão todos sob escuta? Isso é desconfiar. Não entendo mesmo nada.

Ouvir a consciência! Será que isto não diz nada a esse grupo de pessoas? Espanta-me! Que lata irem à confissão, rezarem… que filhos de um deus menor são estes indivíduos? Não têm esses procedimentos seguramente, pois se assim fosse também não haveria quem coleccionasse armas, quando só de “amor” se devesse tratar debaixo desses tectos…

Por estas e outras razões eu não vou em crendices nem tão pouco aceito certos preceitos. A minha verdade poderá não ser a de outros…



12.11.09

quarta-feira, novembro 04, 2009

ESCRITOTERAPIA

Escrever funciona como terapia para muitas pessoas. Uma das pessoas sou eu, a outra és tu e mais aquele escritor famoso.

A revolta que baila nos nossos pensamentos leva-nos a dizer mil coisas em poucas palavras ou… em muitas palavras não dizermos quase nada… é que nem sempre há a palavra certa para que a possamos aplicar para um determinado caso específico.

Pessoas que usam pessoas. Esta frase poderá dizer muito ou poderá até não querer dizer nada do que eu pretendo fazer chegar aqui. Mas, com o significado que eu quero, poderei dizer que manobrar gentes é uma arte (maléfica).

O stress do dia a dia que inclui esse tal jogo de mostrar simpatia e ao virar de costas, entre dentes, dizer-se “que se lixe”. Mas dizia, o stress desanuvia-se, escoa-se pelas letras, pelas palavras e até pelos sonhos… sonhamos quando deitamos a cabeça na almofada, sonhamos quando olhamos através da vidraça numa tarde de chuva, sonhamos num fim de tarde solarento ou mesmo ao crepúsculo, num sonho indefinido… também sonhamos quando vem da alma um desabafo e é maravilhoso se temos alguém para nos escutar. (Escutar não é entender).

Quando escrevo, às vezes choro, outras vezes solto um riso aberto, libertador, sobretudo, se estou a recordar passagens ridículas, que todos nós um dia vivemos, auto criticando-nos mais tarde…é mesmo assim. Quantas vezes dizemos de nós para nós “que disparate”, “que asneira crassa”…

Não faço a mínima ideia se existe a palavra “escritoterapia”, mas a verdade é que se adapta perfeitamente ao que pretendo dizer ao utilizá-la. Será pois a terapia pela escrita. Será uma auto analise em que questiono as questões que me surpreendem, as questões que há mais de um milénio mostram duvidas e vão continuar a mostrar.

Questionar questões que transcendem o cidadão comum, como o transformar a insegurança em segurança, discernir entre auto-estima e incompatibilidade laboral ou mesmo matrimonial, compatibilizar o obsoleto com o moderno e sentirmo-nos como o centro da atracção de todas a atenções, ou sermos tal como Sócrates dizia “Não sou Ateniense nem Grego, sou um cidadão do Mundo”, é sermos mesmo isso, ser e não ser e não pertencer nem aqui nem além…

Existem várias formas de superar o stress, a ansiedade e muitas das angústias que nos afectam no dia a dia, pelo que se enriqueceram várias maneiras de fazer face a tão prejudiciais “enfermidades”. Ir às compras… mas na crise não dá. Passear… mas sem fundo de maneio não há passeio… mas a escrita sim. É a terapia ideal para desanuviar duvidas e aliviar as raivas que nos correm pelas veias, por isso inventei esta palavra escritoterapia.



04.11.09


ver: jorgeferrorosa.blogspot.com

segunda-feira, novembro 02, 2009

RESCALDO

Tento fazer equilíbrio dos meus sentidos. Não é fácil, crê. Tremem as mãos e os olhos já não deixam ver com clareza tudo o que os cerca. São fragilidades dos anos e da saúde. Contudo, o pensamento mantém-se atento e observador.

Odeio ter medo. Odeio quem mete medo e odeio as razões que fazem ter medo. Mas os medos dominam e perturbam e causam transtornos quase que irreparáveis.

A sociedade está dominada pelo medo: desemprego, falta de alimentos nos carenciados, incertezas, ansiedades e quem mais sofre por esta ou aquela razão é adolescência e a juventude.

Os últimos dias da última semana foram um desastre com as perturbações do “Dia das Bruxas”. Os adolescentes e jovens andaram apavorados por se ter lançado pânico sobre a existência de gangs que se intitulavam “boca de palhaço” e que barbarizavam as jovens. A ser um facto real, porquê não alertar as entidades para que se agisse em conformidade? Que se espera? Alarmismo generalizado? Ou é mesmo verdade e por isso é urgente que se tomem medidas. Chega de falsos alarmismos. Chega de criar situações de instabilidade ou… atrás da cortina há outros senão? Criar instabilidade escolar e promover o insucesso? Ou pretende-se esconder o insucesso com ondas de medos para justificar?

Entre os docentes também se promove a falta de solidariedade, os antagonismos com que finalidade? Criar o caos? Será que não se pretende progredir? Será que querem criar situações de desgoverno? Acho isso um disparate, mas a verdade é que com o máximo civismo as pessoas têm de pensar e ajudar a colaborar num progresso a fim de que a estabilidade passe a ser um certeza e não mais um medo…



02.11.09