Escrever funciona como terapia para muitas pessoas. Uma das pessoas sou eu, a outra és tu e mais aquele escritor famoso.
A revolta que baila nos nossos pensamentos leva-nos a dizer mil coisas em poucas palavras ou… em muitas palavras não dizermos quase nada… é que nem sempre há a palavra certa para que a possamos aplicar para um determinado caso específico.
Pessoas que usam pessoas. Esta frase poderá dizer muito ou poderá até não querer dizer nada do que eu pretendo fazer chegar aqui. Mas, com o significado que eu quero, poderei dizer que manobrar gentes é uma arte (maléfica).
O stress do dia a dia que inclui esse tal jogo de mostrar simpatia e ao virar de costas, entre dentes, dizer-se “que se lixe”. Mas dizia, o stress desanuvia-se, escoa-se pelas letras, pelas palavras e até pelos sonhos… sonhamos quando deitamos a cabeça na almofada, sonhamos quando olhamos através da vidraça numa tarde de chuva, sonhamos num fim de tarde solarento ou mesmo ao crepúsculo, num sonho indefinido… também sonhamos quando vem da alma um desabafo e é maravilhoso se temos alguém para nos escutar. (Escutar não é entender).
Quando escrevo, às vezes choro, outras vezes solto um riso aberto, libertador, sobretudo, se estou a recordar passagens ridículas, que todos nós um dia vivemos, auto criticando-nos mais tarde…é mesmo assim. Quantas vezes dizemos de nós para nós “que disparate”, “que asneira crassa”…
Não faço a mínima ideia se existe a palavra “escritoterapia”, mas a verdade é que se adapta perfeitamente ao que pretendo dizer ao utilizá-la. Será pois a terapia pela escrita. Será uma auto analise em que questiono as questões que me surpreendem, as questões que há mais de um milénio mostram duvidas e vão continuar a mostrar.
Questionar questões que transcendem o cidadão comum, como o transformar a insegurança em segurança, discernir entre auto-estima e incompatibilidade laboral ou mesmo matrimonial, compatibilizar o obsoleto com o moderno e sentirmo-nos como o centro da atracção de todas a atenções, ou sermos tal como Sócrates dizia “Não sou Ateniense nem Grego, sou um cidadão do Mundo”, é sermos mesmo isso, ser e não ser e não pertencer nem aqui nem além…
Existem várias formas de superar o stress, a ansiedade e muitas das angústias que nos afectam no dia a dia, pelo que se enriqueceram várias maneiras de fazer face a tão prejudiciais “enfermidades”. Ir às compras… mas na crise não dá. Passear… mas sem fundo de maneio não há passeio… mas a escrita sim. É a terapia ideal para desanuviar duvidas e aliviar as raivas que nos correm pelas veias, por isso inventei esta palavra escritoterapia.
04.11.09
ver: jorgeferrorosa.blogspot.com
2 comentários:
E se não há...passa existir!
Eu adoro ler-te...e tu sabes..
Jinhos no teu coração.
Então somos 3, tu, eu e o tal escritor famoso...
Gostei da tua reflexão e, no essencial, concordo com ela.
Viva a escritoterapia, é grátis e dá saúde...
Beijos, querida amiga.
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