sexta-feira, março 25, 2005

APENAS SOU!




Neste meu fado, só meu, de sofrer,
Noite fora, tão escura, noite da morte
Serei o silêncio depois de morrer,
Pelo que me deste, desta sorte...


Porque sofrer desta dor tão forte,
Não mais me irá deixar viver,
Ou para ficar aí, vendaval sem norte,
Sem nunca te ter, mil vezes morrer...


Tão perto, mas tão longe estivemos
Teríamos tudo o que não quisemos,
Pois teu olhar jamais poisou no meu...


E em silêncio, sem ter os teus abraços,
E de tanto chorar, ter os olhos baços,
Apenas sou aquela que por ti morreu...


25.03.05

quinta-feira, março 24, 2005

ACABASTE !

Nem mais um minuto quero amar!
Enlouqueci . Assim fiquei perdida,
por tanto amor, por tanto te desejar
e não ter sido mais do que esquecida...


Andar perdida por aí, sempre a chorar
esperando uma esmola do teu amor.
Não quero mais! Quero morrer. Acabar,
para não voltar a ter tanta dor!...


Mas se te olho, sem querer, fico perdida,
Por isso deito minha alma ao vento.
Meu corpo em cinza, será só pensamento...


E não penses que podes sarar esta ferida,
porque palavras, jamais as irei ouvir...
Nem terei de dar-te perdão, pois vou partir!...



23.03.05
in Miratejo Café

terça-feira, março 22, 2005

VENDAVAL DE EMOÇÕES

Escrevo noite e dia sem parar,
olhando esses olhos indefinidos.
Escrevo, escrevo muito para calar
como meus sonhos estão perdidos...


Neste meu vendaval de emoções
apenas existem palavras escritas...
palavras para as tuas paixões,
que para mim estão entreditas ...


Palavras de ilusão, enganadoras
sôfregas dos que hão-de dar prazer
e dizendo tudo, sem nada dizer...


palavras de angústia, sofredoras,
do meu vendaval de emoções...
onde interagem as nossas ilusões...


21.03.05

Ainda outra folha do meu Diário


Quantas palavras! Quantas frases e tantos escritos... que leio, releio e ainda volto a ler. São escritos de quem as escreve, sem um rosto, sem uma silhueta sem uma verdade... São as palavras do além, para avivar uma recordação que jamais morrerá dentro de mim...

Quantas palavras, apenas palavras para confundir a saudade de outras tantas palavras que ouvi!...

As palavras chegam. As palavras partem... presumivelmente nem as entendi... ou convenientemente foram desentendidas. Apenas são palavras destituídas de um significado que pretendi dar-lhes, para que o sonhá-las impregnasse de esperança os meus silêncios, os meus frustrantes momentos de desalento...

Todo o meu eu, fervente de emoções mil, sem divulgação nem partilha, tem desbravado todas as essas palavras, numa busca constante dessa voz sem som e que dos interiores do infinito, algum dia, sem data, sussurrou palavras de doçura e de amor paradisíaco...

E as palavras voltam numa dança frenética. São um ritmo africano que pulula nas minhas veias entontecendo-me, ou são por vezes a melodiosa “valsa da meia-noite” com o teu sussurro de “amo-te tanto!” com os quilómetros de separação dos fios telefónicos dum tão distante passado...

Nesta conjugação de passado presente, neste enleio de morte e vida, tudo são palavras que leio, releio e volto a ler e a reler, como que me anestesiando, para ter o que sem ter tenho, por arte da minha imaginação...

As tuas palavras são minhas... os sonhos são teus...o sentir é o que Natureza te deu!



21.03.05

BELO PLATONISMO

Em espirais descontinuadas
esvai-se este pensamento sem fim...
São loucas perdidas e apaixonadas
as raivas mudas, dentro de mim!


Este esvair-se do meu pensamento
Em que vai e vem contigo em sonho,
um doce, mas louco momento.........
em que aceito todo esse belo medonho...


Belo, sentir amar o igual diferente
dando o corpo frágil e tremente
numa inexplicável e doce paixão...


Mas inigualável é toda a beleza
que sem o corpo, apenas a pureza
da palavra, como um todo de sedução....




21.03.05

segunda-feira, março 21, 2005

AO MEU AMOR ETERNO

Tão triste e triste de ser
quem jamais teve um amor.
E tão triste por só viver,
tão triste, de tanta dor...

Nas doze rosas vermelhas
quiseste dar-me paixão
ficaram tristes e velhas
por cima do meu caixão...

Se fora possível perceberes
quanto te amei sofridamente,
bastariam as rosas para saberes

que com beleza e loucamente,
sem na carne haver prazeres,
se vive e morre apaixonadamente...




20.03.05

quinta-feira, março 17, 2005

ESOTÉRICO !



Saudade do esotérico aconteceu.
Jacarandás de roxo floridos:
Teu olhar profundo no meu;
confusos os silenciosos pedidos.


Frondosas acácias rubras, ideal meu:
São os meus sonhos mais queridos.
E ele és tu. Contigo sou eu,
no éden dos meus sonhos perdidos...


É o sabor dos teus lábios coloridos
nas minhas mãos frias e crispadas
em ocultos delírios. Desejos perdidos...


E as carícias não tidas e desejadas
são o esotérico sussurro dos pedidos
de afagos e de ilusões apaixonadas...


16.03.005

domingo, março 06, 2005

Vermelho-rosa !

Raiar do dia!
Tão belas cores
são uma alegoria
aos meus amores...
O Vermelho-rosa
e o azul celeste
são como toda a prosa,
às vezes profunda e agreste,
que em silencio me deste...
A profundidade dos tons,
como a cor dos teus olhos,
funcionam como “dons”
a criarem-me a magia
de sem viver, viver
sempre triste,
cheia de alegria...



05.03.0514H25

in Holyday inn

Chanson d’amour




Je t’écrirai
pour te dire
combien je t’aime
et faire sentir
que je suis très heureuse
et si partir
j’irai chanceuse…
C’est la chanson d’amour
pour la chanter
a chaque jour
et amoureuse
répéter
que toute ma vie
c’est pour ton amour…
Tu m’a laissée
ici, toute seule,
et pour toi
mon âme vole…
Au revoir, amour d’ami
Je reste morte
avec mon poème
sans répéter que je t’aime…


Le 5 Mars 2005-03-05
08H00