terça-feira, março 22, 2005

Ainda outra folha do meu Diário


Quantas palavras! Quantas frases e tantos escritos... que leio, releio e ainda volto a ler. São escritos de quem as escreve, sem um rosto, sem uma silhueta sem uma verdade... São as palavras do além, para avivar uma recordação que jamais morrerá dentro de mim...

Quantas palavras, apenas palavras para confundir a saudade de outras tantas palavras que ouvi!...

As palavras chegam. As palavras partem... presumivelmente nem as entendi... ou convenientemente foram desentendidas. Apenas são palavras destituídas de um significado que pretendi dar-lhes, para que o sonhá-las impregnasse de esperança os meus silêncios, os meus frustrantes momentos de desalento...

Todo o meu eu, fervente de emoções mil, sem divulgação nem partilha, tem desbravado todas as essas palavras, numa busca constante dessa voz sem som e que dos interiores do infinito, algum dia, sem data, sussurrou palavras de doçura e de amor paradisíaco...

E as palavras voltam numa dança frenética. São um ritmo africano que pulula nas minhas veias entontecendo-me, ou são por vezes a melodiosa “valsa da meia-noite” com o teu sussurro de “amo-te tanto!” com os quilómetros de separação dos fios telefónicos dum tão distante passado...

Nesta conjugação de passado presente, neste enleio de morte e vida, tudo são palavras que leio, releio e volto a ler e a reler, como que me anestesiando, para ter o que sem ter tenho, por arte da minha imaginação...

As tuas palavras são minhas... os sonhos são teus...o sentir é o que Natureza te deu!



21.03.05

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