sábado, setembro 23, 2006
FRAGMENTOS DO PENSAR
Quando nos sentamos a uma mesa, com papel e caneta e tentamos auto-analisarmos os acontecimentos dos últimos dias, constatamos que inconscientemente nos haviam passado despercebidos alguns momentos agradáveis, para apenas nos centrarmos naqueles que nos deixaram um traço de azedume e angústia.
Retrospectivando esses dias inobservados que nos propusemos analisar, sentimo-nos cobaias de nós próprios e mais do que tudo, tentamos fazer reviver os tais mais esquecidos momentos, para readquirirmos o prazer que tivemos, breve que tenha sido. Persiste, contudo, muitas vezes a ansiedade que começamos a sentir, proveniente de uma má frase, de um diálogo abespinhado ou de uma dúvida instalada, causadora de instabilidade, insegurança e consequente baixa auto-estima.
Se o esforço de recordar os momentos agradáveis, for um mecanismo de defesa contra a depressão, frustração e baixa auto-estima, então, como cobaias de nós próprios, estamos a arranjar solução para os problemas que nos afectam.
Quando deixei o meu pensamento começar a percorrer este caminho de ideias sobre o meu permanente estado de angústia, nem havia admitido que este estado estava ligado à realidade existente.
Há realidades que existindo, não existem. Não fora um amigo abordar um determinado assunto comigo, deixando-me ver o que eu, embora com todos os interruptores não vira, porque não acendera nenhum, deixando-me numa completa escuridão.
Quando o meu amigo me disse que temos sempre uma escada para subir ou descer a outro piso e que apenas a nossa vontade nos faz subi-la ou desce-la… mas abordámos os condicionalismos que nos levam a não passarmos de um para outro degrau… Então fez-se a tal luz do outro lado e percebi que muitas vezes sem sentir, os desejos insatisfeitos são a razão das tais ansiedades, das fobias e não só, mas também o fazer prevalecer algo que jamais se verificará – dar vida a quem já não a tem… e apenas dezasseis degraus podem ser a distancia que me separa da tal luz que sempre esperei acender, sem me atrever a chegar ao interruptor…
Continuando a vaguear por todos estes pensamentos, mais me apetece concluir que actuo com uma falsidade imensa, quando estou a transmitir força a quem a não tem, quando estou a injectar alta auto-estima, quando a procuro em mim e não a encontro…
06.09.06
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