sábado, outubro 07, 2006

UMA PEDRA


Sob esta pedra, jaz meu pensamento,
assaz triste e solitário.
Triste por estar prisioneiro
de revoltas, ingratidão, sem amor… ...
Solitário porque apenas pensou só.
Prisioneiro, por todo o tormento
de não se libertar de tanta dor…
de neste calvário, não ser o primeiro,
de não suportar certa legislação,
que por ser cruel, transforma-nos em pó,
como cacos, deixados num vidrão…


Sob esta pedra ficará meu corpo,
disforme, pela força do incorrecto…
Sobre o meu corpo disforme e morto
vão esvoaçar as pétalas da rosa,
que deixaram sobre a minha prosa,
num adeus sem adeus,
porque esta alma junta de qualquer outro deus,
vai vaguear rebeldemente solitária,
como um amaldiçoado espectro
à roda da legislação,
que condena os professores
a um desterro forçado, a um inviolável féretro…


São como pedras de xadrez, os professores.
Joga-se a preta, depois a branca…
O peão, sempre o peão, é comido,
Fica o rei, a rainha e ou doutores…
Fica uma vaga aberta e franca…
E mais um professor consumido.
Ficam mortos os amores,
fica perdida a ilusão
fica mais alguém preterido,
entre lágrimas e dores….
Esta é a vida dos professores contratados,
cujas opiniões não são tidas, nem contadas
porque apenas há, o que diz a legislação…
… e talvez até alguns favores,
para os abençoados,
ou apenas vozes silenciadas,
como prémio de consolação….


06.10.06
isabel

1 comentário:

Álvaro disse...

Vim aqui dar uma espreitadela... Não contava comentar nada, mas depois de ler este poema...
Bolas! Tens q ultrapassar esta tristeza, angústia...!
O poema é um lamento, mas está incompleto - precisa da consequência, da revolta, da chamada à luta!
Temos a NET para comunicar, unir, lutar!!!
ENTÃO????
Força, para cimaaaaaaaaa!!!

Beijinho