sábado, novembro 18, 2006
PALAVRAS QUE NÃO QUERIA DIZER
Queria que este dia jamais existisse no calendário. Melhor, que jamais tivesse existido, nem todos os outros que permitiram que este fosse um dia que me traz mágoa e saudade…
Olhei em redor e vi muitas, muitas palavras. São palavras que usas, palavras que tens em “stock” e vais distribuindo por aqui e por ali, permitindo que se recolham todas as que convêm a quem as lê…
Olhei para a minha folha de papel em branco e timidamente deixei que as primeiras palavras dançassem, sempre com o mesmo pensamento – que direito tenho de macular algo tão puro, como esta folha de papel em branco?
As tuas palavras frias, destituídas que qualquer carinho, penetraram como agulhas, como quando se toma uma injecção… foram essas, apenas as que encontrei, aquelas que vou usando para agredir esta folha de papel tão branco…
Voltei a folhear a tua escrita. Procurei incessantemente quaisquer palavras que perturbassem o meu eu e me deixassem em êxtase, num orgasmo alucinado, consequente de ternuras verdadeiras.
Por vezes é tolerante. Escreves palavras mais suaves. Hoje não as encontro… mas ser tolerante, como quem dá uma esmola, para consolo da sua consciência, é o mesmo que agredir quem já está magoado…
Outras vezes empregas palavras de assertividade, como forma de aceitares certos comportamentos… mas só para quem tem o dom de encontrar nas tuas palavras, todas as que têm significados sensualmente enganadoras… e fica esquecido que assertividade é a capacidade de nos expressarmos aberta e honestamente, sem negarmos o direito de outrem…
Hoje, mais do que qualquer outra vez, procurei nas tuas palavras o que não consegui encontrar: o refúgio para a dor de uma saudade revitalizada pelo teu desdém… Cada palavra, apenas foi mais um tijolo no alto muro que vais construindo, deixando uma alongada sombra por onde me vou movendo como se fora um fantasma…
A minha bela folha branca, agora toda preenchida de palavras que te tirei, não é mais do que uma irrealidade. A minha irrealidade nas tuas palavras reais…
17.11.06
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2 comentários:
Olá Joaninha
Não sei que te diga.
Estive a folhear o teu blogue, não todo, mas doi-me o teu sofrimento. Passei tempos assim.
Não amanhã, mas talvez terça faça um post sobre este assunto.
Vai ser diferente dos teus por já ter passado há muito tampo. Tenho de pensar o que vou e como vou escrever.
Beijinho
PS Sprendi uma coisa: NÃO HÁ NENHUM HOMEM QUE MEREÇA ESTA DÔR.
Olá Joaninha
mudei de assinatura de mfba para marta.
já lá estão os posts.
Beijinho.
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