segunda-feira, janeiro 15, 2007

QUADRAS A UM AMOR REVOLTADO


Fechem-se as escolas,
Mutile-se o conhecimento
Passe-se a viver de esmolas;
Aniquile-se o pensamento

Aumente-se a burocracia
Dificulte-se o esclarecimento;
Viva-se em total fantasia:
O “faz de conta” do contentamento…

Fechem-se maternidades e hospitais
Deixe-se crescer a criminalidade,
Afinal só somos simples mortais,
Dignos de toda a crueldade…

Atrofie-se a criatividade,
Valorize-se o douto copiador,
Que pelos cafés, cheio de vaidade,
Põe o chapéu, dando ares de orador…

Elimine-se o amor!
Explore-se quem ainda o sente;
Encham-lhe a alma de dor,
Porque a dor é um bem premente…

Deixai todas as criancinhas viver!
Deixai que vagueiem no desconhecido;
Vieram ao mundo para sofrer,
Porque é tudo o que lhes é devido…

Pague-se bem para ter saúde,
Pague-se toda a medicação.
Aplauda-se a fraude
E vá-se vivendo em ilusão…

Não leiam! Não evoluam!
Vejam na TV as novelas;
Descansem e destruam,
Porque o resto, são balelas…

15.01.07

2 comentários:

Anónimo disse...

Nada mais belo do que este post e da maneira como foi escrito. Confesso que não tenho palavras para traduzir o quanto aprecie. Os meus parabéns por dizer tudo aquilo com que tanto me identifico.
Mil parabéns pelo poema. Amei. Assim é que se fala perante o que temos na frente.

Jorge

Anónimo disse...

Vou ser mais terra a terra e dizer que assim se chamam os bois pelos nomes.
Lindo Joaninha!