terça-feira, agosto 28, 2007
“FUMOS”
Deixei de fumar! Mentira! Verdade?!
Sim! A verdade é que ao parar de fumar, fi-lo com o propósito de não incomodar. O pensamento direccionado ao bem-estar dos que tinham significado na minha vida e faziam desejar que se sentissem bem perto de mim e também o constante recordar do momento belo que vivi e não seria justo não o repetir. Mas aquando a desilusão se apossa, um cigarro é como que uma dupla vingança. O sabor amargo depois de um cigarro, é o castigo por não merecer o beijo idealizado… eis que funciona como uma verdade/mentira.
Quantas lágrimas retidas atrás do fumo de um cigarro… quantos desesperos afundados na cinza de um cigarro ardido… quantas frases não ditas e dissimuladas numa beata amachucada com fúria… tanta angústia dançando entre a espiral de fumo de um cigarro ardendo e perdendo-se no todo…
Quanta escrita inspirada na chama oscilante que acende um cigarro… Quanto ódio! Tanta raiva e desespero… por nada! Por ninguém… apenas por um silêncio tumular, por uma indiferença… por nada!
Não podendo ser razão, é muitas vezes uma razão forte, para quem tendo deixado de fumar, volte a pegar num cigarro, como forma de por cada um, pisar obstinadamente o que sobra, como que se desfazendo todo o seu sofrer…
27.08.07
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