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Sinto com que despudor sou usada.
Sinto que apenas sou capa de ilusão;
Que escreves e finges, mas não sou nada…
Em ti, contigo, vive aquela outra paixão…
Sinto que a tristeza me invade pela calada;
Sofro por uma dor profunda, sem perdão,
Porque mesmo não querendo, estou apaixonada
Por um mito; por quem não é rei nem vilão…
E como se descesse uma longa escadaria,
Lentamente vou mais fundo, sempre em agonia,
Por sempre querer acreditar no que não existe…
E fingindo que as tuas mentiras são verdade
E que me olhas sem olhar, cheio de saudade,
Vou iludindo o que me resta desta vida, tão triste…
24.10.05
2 comentários:
espero que este sofrimento seja apenas literário. mas é convincente.
beijos, Joaninha
Não sei o que sinto, apenas estou aqui…
Deixo de estar neste lugar e vou no vazio
Tomo-me na escrita, sinto que morri…
Sou o teu nada, sou apenas um arrepio.
Tristeza ou alegria tal como sentes, senti
Desfolhada da minha alma, num vago estio
Cambaleio, só, somente só porque não vivi
O desajuste dum amor, duma vida sem brio.
No que acredito, no que penso… apenas um mito
Na profundidade esta força, este meu grito…
Esta luz guarda ainda outra cor, sem olhar…
Finjo porque a dor é profunda… não acredito!
É tristeza, profundidade em tumultuoso conflito
Do verdadeiro amor que não tem verbo amar.
Foi assim o que escrevi depois de ler o teu profundo e magnífico soneto. Imortal momento. Parabéns por tão forte mensagem. Adorei e senti tudo isso e muito mais. És a luz da poesia, a profundidade da emoção. Escreves muito bem. Continua e não deixes de escrever essas preciosidades e partilha-as com quem gosta. Beijinhos e fica bem.
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