domingo, fevereiro 03, 2008

DUALIDADES: – VIDA E MORTE


Invade-me uma letargia letal. A sequência de todos os últimos acontecimentos é similar a uma queda de água, de uma montanha assaz alcantilada…
Não te escondi nem uma vírgula. Pensei que deveria ser clara, para que te preparasses… mesmo sendo como és: frio, indiferente, calculista e sempre pronto a tirar partido das minhas fraquezas… mas desta vez não vais ter mais, desculpa. É o fim!
Tudo não passou de malabarismos, de palavreado manuseado, de um ror de jogos e em que neste não ganhaste. Mais uma vez ganha a alma a quem deste o corpo…
Valeu de muito? Nada!!!
Ficas feliz? Duvido! Tudo será mais uma recordação entre as muitas que tens para contar… os mortos são como velhos livros que, depois de lidos, ficam a acumular poeira numa estante… e tens uma estante com muitos livros.
Não entendo que tipo de perturbação é essa que te leva a homenagear os que já não têm hipótese de te agradecer… até que em vida, sempre houve o espectro de quem não pretende que te amem…
O tempo deixou de ser importante. O neste momento não mais se repetirá e muito certamente não mesmo, nunca!
Infinitamente, indefinidamente vão surgindo palavras e mais palavras, com as quais vais exaltar os estádios de alma que vais criando, numa constante tentativa de colmatar o que nunca vais deixar de querer que sintam por ti… e uma vez mais ganhou a carne à alma desprevenida…
Para muitos, toda a escrita é a labiríntica estrada pela qual foges, numa busca inconsequente… porque não há nada ao fundo dessa estrada… morte, é o fim do destino. Já não me apanhas! Corri com mais velocidade e nem me cansei… apenas fiquei muito triste porque perdeste o fôlego e desististe… a favor daquele nada… o nada que te irá fazer dar voltas e voltas como um carrocel descomandado… só pelo prazer do fervilhar, sem mais nada depois… mas tens o meu aplauso! O prazer da carne é o que promove a elevação da alma… e a tua tem de estar sempre elevada… porque esse corpo não existe mais…
Chove! As nuvens choram pelo triste abandono que lhe proporcionaste… nem elas aceitam que as esqueças…

03.02.08

2 comentários:

jorgeferrorosa disse...

Belo trabalho, um dos mais belos, profundo mesmo. Nem sei como o classificar, todas as palavras que pudesse utilizar para tal não chegariam. Simplesmente me faz pensar este escrito, são verdades bem gravadas, são vida eterna para acordar as consciências adormecidas. A si por escrever tão bem, deixo aqui um beijinho e grande abraço. Lindo, profundo e comovente. Sem saber o que dizer mais. Adorei.
Fronteiras

LUA DE LOBOS disse...

pois é Joaninha... a tristeza quando nos cerca e invade é algo tão mortifero como a própria Morte... aguenta-te Amiga que melhores dias virão.
um xi mto apertado
maria