quarta-feira, junho 11, 2008

OASIS II

Verdejantes as terras circundantes dos poços, ruínas de construções antigas, labirínticas, que mais parecem locais de brincadeira de crianças, em vez do tão almejado oásis a que cheguei.
As palmeiras e as outras plantas exóticas, muito viçosas, convidaram-me a um descanso… um descanso no meio do deserto, num oásis perdido…
Dormitei e quanto sonhei!... ouvia-te ao longe num sussurro terno, dizeres quanto me adoravas… e eu perdida neste deserto… para que serviam todas essas palavras?!...
Retemperadas que estavam as forças, das poucas que me restavam, e tão desejosa estava de te rever, que partir.
Voltei a enterrar os pés na areia poeirenta e voltei a ver imagens fantasmagóricas desenhadas em sombras nas dunas, que pareciam estar sempre em movimento.
Andei tanto! Não! Revivi. Numa cama de um hospital, numa sala de cuidados intensivos, tentavam dizer-me que sobrevivia…
Passadas horas, sim, percebi finalmente que parara naquele limite que separa a vida da morte… e voltei.
Voltei sim, voltei a viver e foi tão bom voltar a ouvir-te, a escutar todas as frases com que me deleito e me dão animo para continuar a viver.
Não sei se conseguirei repetir a travessia do deserto…


19.05.08

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