segunda-feira, abril 02, 2007

FRAGMENTAÇÃO DO PENSAMENTO




A tarde vai alta e a sombra longa, enquanto o sol espreita no intervalo das espessas nuvens que vão deslizando.

Descobri que não sei o que é ter fé e desiludi-me ao verificar que nem sou quem julgava ser: Não sou nada! Sou um pedaço de qualquer coisa a que a Natureza fez o favor de deixar por aí, depois de reunir uma mão cheia de quarks up e down e fazê-los movimentar. Intemporal a vontade que me implantou, fez de mim quem sou e não sou e acrescentou uma partícula de ousadia, para que reclamasse, para que sofresse e admitir que um dia, em tempo indeterminado, fosse jogada fora…

Vivendo neste corpo, como convencionalmente foi determinado, terei vida enquanto o próximo estádio não for estabelecido.

Na tarde cinzenta, entre o manto de grossas nuvens e o asfalto molhado pelo último aguaceiro, gasto os passos com destino desconhecido…


02.04.07

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