terça-feira, abril 17, 2007

PENSAMENTOS QUE DESABROCHAM


Nascemos. O primeiro berço onde nos deitam, um ninho de ternuras com cobertas de valores. Crescemos. Passamos a ter cama e esta com cobertores de valores. Mas nem os berços nem as camas são iguais, muito embora, como seres humanos, sejamos semelhantes – não iguais!

Eis que eu vivo com os meus valores e tu com os teus. Com os meus valores cultivo os meus preconceitos. Tu os teus!

Aceito-me. Sou como sou: assim mesmo. Gostaria de ser diferente, mas não sou. Não me podes confundir, sobretudo, com quem não sou.

Aceito-te. És como és. Não te confundo com outrem, porque és único.

Nascemos. Os valores que nos deram os primeiros aconchegos, jamais se perdem, muito embora, nem todos nos sirvam de alento para a nossa sobrevivência.

Virtuosidade! A palavra existe. O conceito que ela engloba, não. Possivelmente, será esta minha forma de ver o que enfrento, que me leva a ironizar e enfatizar a sátira em que se vive, num eleito faz de conta.

O mundo real; o mundo aparente. São duas facetas que temos como consequência dos ditos valores onde dormimos o primeiro sono pós nascimento. Ambos pertencem a um único mundo, o do “faz de conta” e ambos não são mais do que duas formas de nos movermos por onde andamos.

Crê que ao expor o meu pensamento, não tenho qualquer intenção, a não ser a de expressar o que me vai na parte imaterial do meu ser. Jamais pretenderia ser veículo para “melhorar” o mundo e muito menos o “teu”.

O teu mundo é tão mentira quanto o meu. Mentir é a verdade que nos deixa interagir no mundo do “faz de conta”, onde nos inserimos.

Amai-vos! Mentira! Quem ama quem? Quem ama o quê? Faz de conta! Porque ao primeiro revés és banido desse amor, és excomungado, ridicularizado, preterido! Usam-se as mais sofisticadas cosméticas para justificar o desamor, a intriga, a dúvida, a inveja; o ódio! Isto é moralidade! – um dos valores com que nos cobriram à nascença.
Não devias ser assim. não devias isto, não devias aquilo… formas de se comunicar com outrem (o que lhe impomos) – Moralização e Idealização do que nem muitos enxergam, no papel de aconselhar (de delimitar)…

E será suportável aceitar e compreender a verdade? (mas qual verdade? – a tua ou a minha?) Ou será que uma cegueira imposta, só nos força a ver o que primeiro nos mostram?

A que ponto nos preparámos para aceitar uma verdade? … e se essa verdade não está inserida no grupo das verdades que recebemos, como a tomaremos? Entendes-me?! Por estes pontos de interrogação atrevo-me a aceitar que se aceitam, muitas vezes, mentiras, mitos, crenças, que se tomam como verdade, para se viver sem questionar…
Viver sem questionar é fazer de conta que tudo está bem e em conformidade com os valores com que nos cumularam…


16.04.07
isabel

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