domingo, julho 15, 2007

“COMO OS ANOS NOS FAZEM PENSAR”


Não te envaideças pelo facto de seres a razão de todos os meus pensares. Não interiorizes que isso continua a dar-te o direito de me fazeres acreditar em tudo o que desejas que eu acredite. Nem tão pouco em continuar a aceitar que me consideres a “coisa velha” a quem se pode desfeitear, porque algo mais novo e viçoso te preenche em todas as tuas vertentes e te faz activar todas as tuas pulsões.

Nunca queiras chegar a velho, porque os mais novos, hão-de fazer chalaça de ti, vão dizer que estás fora de prazo, vão espoliar-te tudo o que de bom lhes sirva e depois riem e vão-se… os mais velhos que tu, esses, eternos insatisfeitos, vão achar que toda a atenção que lhes deres é insuficiente e vão fazer-te sentir sempre em dívida para com eles… de geração em geração tem sido sempre assim…

Mas não é tudo. Com a idade, vão chegando novas formas de se apreciar o mundo que nos rodeia. Vamos amando de uma forma intensa e acalorada, em que nem sempre o físico está presente… e quando está, um toque, uma festa, um beijo, são impulsionadores de fortes orgasmos, como os de enérgicos momentos de sexo… É mais belo. Uns anos mais tarde, recordá-lo-ás e, até possivelmente, me darás razão… por isso deixei de pensar que há um “timing” próprio…

Há contudo factores que podem ser inibidores. As tais éticas que se constroem para se controlarem uns aos outros… e para se chegar a um grande amor, é preciso haver partilha e cumplicidade, sem compromissos… Muitas vezes, são os compromissos (da mais diversa índole), os agentes castradores da evolução de um grande amor…

Estou a ser desgastante, não é verdade? Estás a pensar que todas estas reflexões apenas são justificação para “isto” ou “aquilo”, mas não. Com estes fragmentos de pensares, apenas quero alertar que a forma mesquinha com que se analisa este ou aquele acontecimento, mesmo os de vida amorosa, são manipulados pelas opiniões das várias correntes da filosofia bem como das várias correntes religiosas. Não estou a dizer que as condeno. Não as absorvo na totalidade. Aceito-as porque foram formas encontradas para refrear os impulsos menos comedidos, ao longo da longa história da humanidade…


15.07.07

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