terça-feira, julho 03, 2007

PORMENORES DE REFLEXÃO

As tuas ideias cheiram a mofo. Quer queiras, quer não, tens um cheiro pestilento a bafio, a antigo, a desactualizado. É tempo de te enfiares numa banheira, bem cheia de água quentinha e num valente banho de imersão, limpares esses bolores, entranhados em todas as ranhuras e interstícios… é tempo de não voltares para o pé de mim, com esse cheiro exterior de algo antigo e o hálito a exalar um tépido odor a esperma… Vem com o teu todo, com cheiro a jasmim, cheiro a alfazema ou rosas, cheiros de jardim! Traz o corpo e as ideias lavadas; já percebeste que não me incluo no grupo dos alcoólatras plagiários, nem tão pouco dos inúteis que só têm como matéria de interesse a “filosofia da má língua”… tão fácil dizer mal, tão fácil fazer de sonsinho… tão fácil dividir para reinar…

Sim! É tempo de me olhares e constatares que na realidade há uma diferença abissal entre nós.

E nós?! Sim, tu tens força; eu tenho Amor… Todas as outras diferenças inventa-las tu e todos os teus ancestrais do sexo masculino… Fixa. Fixa de uma vez por todas que, uma das diferenças que faz da mulher um ser diferente, é que ela é capaz de amar (mesmo as que estão a tentar insinuar-se ante outros). Só ela é capaz de amar sem que isso seja uma necessidade física. O Amor da mulher é algo mais profundo, é algo espiritual. É algo que a parte física vem por consequência e não por imposição primeira… A tua vulnerabilidade está na tua volubilidade e daí o infinito descontentamento que te caracteriza… e a mais “n” milhões de “tus”…

Nós mulheres, quando olhamos um corpo de homem, olhamos a beleza da forma, mas apenas vemos as suas qualidades interiores. Quantas delicadezas, às vezes, sem destino, vão em sentido contrário…

Falo contigo! Achas que me apaixonaria por um corpo esbelto, por umas sobrancelhas bem desenhadas? Não! A harmonia das formas do corpo, apenas me mostra o que não encerra no seu interior: carisma – algo indecifrável, indefinível, mas atraente…um infinito onde o carinho está inexplorado… Jamais me apaixonaria por um homem, apenas por ser homem. Procuro mais, muito mais… um olhar profundo que enterneça todo o interior e o não palpável…

Jamais aceitaria ter como homem, um fraco, um escravo dos seus orgasmos, sem pensar em quem emparelhava com ele… não te esqueças que o orgasmo no feminino, não está confinado aos órgãos genitais. Na mulher, o orgasmo é total e daí haver tantas mulheres insatisfeitas…

Sabes, um dia, há muito tempo, referiste que, ser uma coisa, é o mais horrível na forma de se mostrar que se gosta de alguém… “ser alguém de alguém”. Concordo, mas não apenas por palavras. Há que o mostrar em actos. Nunca esquecerei que paguei caro por ter um dia amado alguém que comercializava o amor… um beijo custava tanto… um carinho, tanto… não fui mais longe… pura e simplesmente morreu em meu peito… o amor que tenho para dar não se avalia em moedas, ou outros itens…

O Homem tem medo! O Homem é egoísta! O Homem não acredita em si próprio, é inseguro e a mulher que o acompanha tem-no sempre como mais um dos seus filhos… dá-lhe o ombro, a força, a coragem e o carinho de um ninho… mas isto não são condições para haver antagonismos, mas complementaridade… Jamais as diferenças são contradições…. O que é importante é que se engrandeçam mutuamente.

Sabes, ainda? Não queria falar-te de dor. Mas é verdade que tudo o que sinto é uma dor sem dimensão… A incerteza é uma dor tão nefasta como o mais mortífero dos cancros. O ser-se preterido é o mais doloroso dos reumáticos… mata lentamente… O ser-se injustiçado, é como o veneno da mamba verde… o ser-se insultado, para que fujamos e deixemos a vereda limpa, é como o fogo, que sem direcção, vai lambendo tudo o que encontra… há pessoas assim….

Mas a Mulher está sempre pronta para suportar mais dores, mais sofrimentos, mais abandonos… a Mulher é sempre compreensiva… mas por vezes fica cansada… e deixa que o seu amor baixe à terra, e, sem uma prece de despedida…


02.07.07

Sem comentários: