sábado, julho 14, 2007

“PERDIDA NA PAISAGEM”


Quando leio o que escreves, entro naquele quadro que pintei e deixo-me ficar sentada, pegada àquela árvore já morta, na serra outrora verdejante e cheia de frutos silvestres…

Antes dos fogos, (que transformaram aqueles montes em espaços vazios, despidos…) e naquele dia, o monte estava pleno de erva rastejante e apenas a árvore seca, pelos anos e pelo calor das labaredas que a lamberam no incêndio ao qual não assisti, esperei em vão pela tua silhueta, caminhando monte acima, como sempre fazias, para nas silvas colhermos amoras… recorda como eram belos os tempos em que as borboletas esvoaçavam entre as plantas que vaidosamente faziam erguer as suas florzinhas roxas e amarelas…

Fiquei como fungo, colada à árvore, morta pelo desespero da inútil espera… embora a árvore seja o símbolo da vida, eu nela e ela morta, éramos mais um símbolo de morte do que de vida… e não apareceste, nem nunca apareceste… porque a serra para onde ias, era distante da minha. A tua serra tinha flores viçosas e árvores novas, carregadas de frutos. Frutos silvestres…desfrutavas do seu sabor e e partilhavas o teu amor… vivias ao som do hino da natureza… como poderias voltar ao monte de terra ardida?...


13.07.07

2 comentários:

Poeta Đa Lua disse...

você pinta...
é?

não faça parte desta árvore morta...

és vida!!!

Leonor C.. disse...

"A tua serra tinha flores viçosas, e árvores novas" - eu sequei como a árvore. Para que me queres? No entanto, ainda espero por ti, com outro nome, com outro rosto que eu não conheço, mas com amor para oferecer-me. Até quando...

Bjs.

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