sábado, julho 26, 2008

A SÍNDROME DE BURNOUT

Toda a gente já ouviu falar de stress e sobretudo, de stress profissional, o qual se caracteriza por ser uma exaustão emocional, uma avaliação negativa de si mesmo, uma depressão e insensibilidade no que respeita a quase tudo e todos (diria que há um mecanismo que funciona como defesa emocional não intencional no enfermo desta síndrome, quanto à insensibilidade perante certos factos ou situações), o que para alguns estudiosos da matéria passou a designar-se como a Síndrome de Burnout.
Burnout é uma expressão na língua inglesa que traduzida significa - burn = queima e out = exterior, fora – sugerindo assim que quem está com este tipo de stress consome-se física e emocionalmente (uma característica é a inferiorização daqueles de quem se diz se amigo(a)) passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço (e existe sempre alguém que se pretende marginalizar).
Esta síndrome refere-se a um tipo de stress ocupacional e institucional com predilecção para profissionais que mantêm uma relação constante e directa com outras pessoas, principalmente quando a actividade é considerada de ajuda, como médicos, enfermeiros, professores e outros.
Há ainda outros estudiosos e autores de trabalhos que nos dizem julgar que esta síndrome é diferente do stress genérico, contudo e como opinião pessoal diria que poderemos considerar esse quadro de apatia extrema e desinteresse, não como sinónimo de algum tipo de stress, mas como uma das suas consequências e bastante sérias.
Esta síndrome foi observada, originalmente, em profissões predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais exigente, tais como médicos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comerciantes, professores, os que atendem público, enfermeiros, bombeiros e outros com contactos com público que nem sempre seja fácil. No entanto, hoje em dia já se alargaram as observações a outros ramos profissionais como os que interagem de forma activa com pessoas que cuidam ou que solucionam problemas de outras pessoas, obedecendo a técnicas e métodos mais exigentes, fazendo parte de organizações de trabalho submetidas a avaliações.
A Síndrome de Burnout também está a ser definida como uma reacção à tensão emocional crónica gerada a partir do contacto directo, excessivo e stressante com o trabalho, fazendo com que a pessoa afectada perca a maior parte do interesse na sua relação com o trabalho por forma a que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil.
A pouca autonomia no desempenho profissional, os problemas de relacionamento com as chefias, os conflitos entre trabalho e o núcleo familiar, o sentimento de desqualificação e falta de cooperação de equipa, estão entre os factores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout.
Os autores de trabalhos nesta área que defendem a síndrome de Burnout como sendo diferente do stress, alegam que esta doença envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o stress apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito e não necessariamente na sua relação com o trabalho. Contudo, e pessoalmente julgamos que a síndrome de Burnout seria uma consequência mais depressiva do stress desencadeado pelo trabalho, sobretudo no relacionamento interpessoal.
Com sintomatologia básica desta síndrome teríamos, inicialmente, uma exaustão emocional, onde a pessoa se sente a não poder mais dar nada de si mesma, aqui um sentimento de falta de realização pessoal no trabalho, o que afecta sobremaneira a eficiência e habilidade para a realização de tarefas e de se adequar à organização. Seguidamente desenvolvem-se sentimentos e atitudes muito negativas, com o por exemplo, um certo cinismo na relação com as pessoas do trabalho onde estão inseridos e aparente insensibilidade afectiva.
Diria para concluir, que esta síndrome é o resultado do stress emocional na interacção com outras pessoas. Algo diferente do stress genérico porque a síndrome de Burnout incorpora geralmente sentimentos de fracasso cujos principais indicadores são cansaço emocional, despersonalização e falta de realização pessoal (com actos demarcadamente agressivos para os que diziam amigos(as).

26.07.08

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