terça-feira, julho 11, 2006

E foi assim que passei a saber o que atormentava a minha curiosidade…

Entrou pela porta de rompante. Puxou a cadeira e tossicou e abriu a boca desmedidamente, num bocejo deselegante, deixando ver uma dentadura descuidada, diria mesmo que tive nojo…

Decididamente, uma vez que veio até aqui, em que posso ajudar, foi tudo o que me ocorreu dizer…

Nada de especial, respondeu prontamente, acrescentando que já tomava mais de uma dúzia de comprimidos por dia, mas agora era demais, não estavam a fazer mais efeito…
Mas, tive de informar que não passo receitas e muito menos sou de opinião, que as pessoas se refugiem em drogas, para ultrapassarem as suas dificuldade psicológicas (as suas frustrações e todo um manancial de situações que só com inteligência podem ser ultrapassadas), não disse, pensei…

No meio desta catadupa de frases, perguntou-me pela pessoa X. Respondi-lhe que não sabia, pois não posso saber de todas as pessoas que são do relacionamento de tal personagem.

Depois de outras banalidades, à laia de confissão, volta a perguntar pela tal pessoa conhecida e se eu houvera lido os seus últimos escritos… no mínimo estranhos…. Mas como poderia eu saber? Nem conheço a pessoa em questão (?)…

Depois revelou que fora convidada para o enlace matrimonial do ex. Havia um bom relacionamento posterior à separação… que estranhas formas de vida… há um ex. um presente e desejos de um futuro… que revelações! Estou mesmo a atravessar a maior paixão da minha vida, dizia com olhos saindo das órbitas, como um bêbado que quer passar por meio de um candeeiro…

Mas não ficou por aqui a consulta. Porque vieram outras e outras frases que me deixaram atónita… e sempre a pergunta disparatada se eu tinha falado com a pessoa X, que não me explicou bem se era quem era, ou se não era mais do que o quem eu estava a supor…Mesmo já tendo ouvido dezenas e dezenas de pessoas, esta estava mesmo obcecada… Como é estranho tudo isto!

Enfim, depois de acalmar uma “paciente” tão complicada, tive de mentir, dizendo que tudo se ia recompor… nem ela sabe onde se meteu…. Mas enfim, enfim…enfim…

Era tarde e fechei a baiuca. Nada mais para mais ninguém… nem chamadas telefónicas.
Precisava de pôr a cabeça em lugar seguro, porque sempre há quem a tenha pior do que a minha….

Tive ganas de telefonar ao querido e desabafar. Há certas pessoas que nos procuram e nos deixam mais “doentes” do que elas estão na realidade… Mas não. Fiquei tão abalada com o que ouvi e observei que o mais que posso fazer, é não pensar mais no assunto.
Nem sempre as histórias têm um final feliz…..

11.07.06 – 02H30

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