sexta-feira, maio 11, 2007

VAZIOS


Flutuam as palavras que não desejava ler. Penetram em todo o meu ser essas palavras que escreveste e que sei que são dedicadas a quem preenche teus momentos… momentos que vais chamando de vazios, espaços sem luz… onde me fui perdendo, por ter querido acreditar que seria luz; que seria a luz que precisavas para te deixar ver nas trevas em que te envolves…

Palavras que fui interpretando como poemas de amor e nunca foram mais do que palavras que ridicularizam o meu sentimento, que agora é ressentimento…

Os meus vazios são todos os teus momentos, que traduzes por palavras, que me deixam magoada, que me deixam num abismo, no vazio…

Mas vazios são também os meus momentos, que consumo, como os cigarros que fumo, para ver as espirais de um fumo esbranquiçado, num constante bailado, iguais ao meu pensamento que perdido, em espirais de ilusão se esfuma no meu deserto, vazio…

Vazios são todos os espaços que preencho com letras, muitas letras juntas, que traduzem o vazio das palavras que formo, sem que as leias, fazendo delas o vazio da desilusão…

E no jardim por onde vagueio, vazio de vida, vagueia o vazio que deixaste, quando passaste e nem me olhaste… sou o vazio dos vazios…


10.05.07

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