quarta-feira, maio 30, 2007

FOI HOJE!


Deu-me um ataque de nostalgia. Peguei no carro e em marcha moderada fui. Passei na florista e comprei três rosas, vermelho escuro, chamadas de “príncipe negro”, como sempre disseste ser do teu gosto e escrevi uma vez mais “amo-te” no cartão que puseram junto do laço. Deixei no banco traseiro, para não se molestarem com a viagem. Segui. Um dia acinzentado, nem quente nem frio, com quem me sinto parecida… nostalgia, uma mistura de saudade com tristeza, imparáveis no meu pensamento…

Passei o portão de ferro forjado em arabescos e caminhei por entre verdadeiros canteiros floridos… muitos cheios de flores de plástico… os nossos dias!

Estranho. Três rosas brancas estavam sobre a lápide escorregadia pelo desgaste do tempo. Quem? Estranho é terem uma dedicatória protestando pelo teu silêncio…

Todas as missivas têm resposta… e aí não faltava a explicação também. Não passavas do anonimato, por algo que transcendia as tuas capacidades… Estranho!!! Então sempre dizias algo a quem querias… a quem te dizia mais do que eu sempre disse. Ingratidão! Foi a única palavra que me aflorou aos lábios… e se vinha triste e saudosa, fiquei morta de tédio e desilusão…

Estive vai-não-vai para não deixar as minhas rosas, mas como as tinha adquirido com essa finalidade, resolvi que ficariam… mas acrescentei no tal cartãozito, que fora lapso o que escrevera, entre parêntesis, escrevi “amei-te”…

Voltei. Voltei a uma velocidade não moderada. Apetecia-me carregar no acelerador e tentar a velocidade máxima, mas porque sou cobarde, tive medo de me cruzar com a polícia e era muito “chato”.

Também mal via a estrada. As lágrimas pareciam torrentes de água de uma fonte virgem e a atmosfera escurecera tanto, que parecia hora de anoitecer… e finalmente cheguei e finalmente corri para a minha almofada, para desabar num pranto incontido que durou horas e que deixou os olhos com estão agora.

Fui só. Só regressei. Mais triste e desiludida. Mais desistente…


30.05.07

1 comentário:

mixtu disse...

li, reli,,,
por vezes o que parece não é,,,

amiga... um abrazo