sexta-feira, agosto 25, 2006

HOJE!



Estavas tão perto! Tão depressa chegaste!

Que saudade tão grande enchia meu peito, que nem cabia o ar que respirava. Foi tão bom rever-te.

Há sentimentos intraduzíveis. Há emoções inenarráveis… há prazeres, que nem uma vida toda chega para mostrarmos o como os sentimos.

Está vento. Sopra de rajada e os eucaliptos em frente a esta minha janela dançam freneticamente, como que numa dança africana, ao som de muitas tarimbas… e eu só sinto um desejo. Um desejo tão imensamente grande, que nenhum aparelho existente poderia avaliar tal medida… o desejo de ser abraçada, com um daqueles abraços, em que me apertas bem junto do teu peito e me deixas sem forças para que um breve suspiro de deleite se esvaia pela minha boca… Como é bom que me abraces!

Há uma profunda amizade, um carinho tão delicado, uma ternura tão sublime, que daria a vida para que jamais em afastasse desse abraço…

Foi eloquente o momento tão breve que estive perto de ti… todo o aroma que envolvia todo o teu ser me anestesiou, deixando-me letárgica, em sonho… Apeteceu-me segredar-te quanto … não! Jamais uma flor compreenderia que sentimentos humanos se pudessem dedicar a plantas…

As luzes dos candeeiros da rua e as árvores dançando ao vento, deixam que sombras de múltiplas formas se enlacem, se alonguem e se percam entre outras sombras, mais as sombras do meu pensamento, que é um único: Tu!

O sibilar do vento, nas esquinas dos prédios do outro lado da rua, angustia-me e uma sensação de medo invade-me. E se tu?! Não! Não! Não poderia aceitar nunca. Seria o meu nunca pela última vez. Não posso aceitar que todo este vento vai secar as pétalas da minha flor, nem tão pouco quaisquer mãos assassinas a colherão, para que morra em uma jarra qualquer, a um canto sombrio de uma casa, com jarra aqui, jarra ali… como se fosse um museu…

Adoro-te minha flor!

24.08.06

1 comentário:

jorgeferrorosa disse...

Simplesmente um escrito muito belo e sentido. Gostei mesmo. Parabéns por tão bela obra de arte. Beijinhos