segunda-feira, agosto 28, 2006

PALAVREADO!


Não sei se me apetece escrever ou se apenas deixar que as palavras mudas, que se alinhavam na minha mente, escorram para o papel, que as vai captando e as irá conservar, como se se tratasse de uma simples acta, no final de uma reunião de trabalho…

Não sei mesmo se me apetece escrever sobre uma coisa qualquer, ou se irei falar do que mais me atormenta neste momento… eu, nós, tu… eu e tu ou nós, se apenas me exclua e fale de ti e só de ti… mas falar de ti implica falar de mim, porque tu és eu e eu sou tu e tu e eu somos nós… …

Eu em frente ao espelho sou eu, e eu e nós falamos e interagimos como dois seres que se completam sem se entenderem, que se aproximam e afastam, que embora se desentendam são cúmplices e acabam por estar de acordo.

De acordo?! Muito possivelmente não estaremos de acordo em um ponto. Fundamentalmente, num ponto: Tu!!! Ele que te preocupa, ele que te confunde e que não deixa que o ritmo do pensamento seja cadenciado como uma dança e que da valsa passa ao rock e à capoeira, depois passa pelo tango e entra pela marcha e vai do corridinho ao vira, com uma facilidade malabarista indizível, fazendo crer no que as palavras dizem, sem dizerem nada, sempre confundindo sentimentos com trocas, trocas com dependências, liberdade com irritabilidade, imposição, vingança e ódio, mas esquece o que é mais importante na vida de cada ser humano – o Amor!

O Amor! Esse que não se ganha, que não se compra, que não se acha, mas que desabrocha de uma amizade desinteressada e alicerçada na compreensão, na cedência, na solidariedade. O Amor que permite, que anula desentendimentos, que admira qualquer insignificante coisa, como se fosse o mais elaborado trabalho… O Amor que dá e nada recebe. O Amor que aconchega sem tapar. O Amor que acompanha sem aconselhar… O Amor que ama e com um sorriso e um beijo, ama mais e mais e sempre mais, para deixar uma etiqueta de felicidade, que só se tem se se der…

Gostava de algum dia poder mostrar que amar é compreender, é gostar mesmo muito… é abdicar: é apenas Amar!

E se algum dia pudesse pedir um desejo, gostaria de pedir que entendesses, que o que faço todos os dias, é mostrar que amo…

28.08.06

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