quarta-feira, agosto 23, 2006
PAPÉIS
Fiquei aqui, só, com a música baixa, a mexer em papéis e mais papéis: antigos; muito antigos. Papéis onde apontei tantas palavras. Papéis que são horas da minha existência, que são notas do que não quis esquecer, poemas de esperança, de desespero de impaciência… e sempre, sempre de procura… uma procura incessante, como que quisesse encontrar um escrito teu, só para mim… e tanto que me escrevi!...
Entre os papéis que guardo como relíquias, encontrei cartas de amigos. Velhos amigos. Amigos que já partiram para a sua viagem ao infinito. Cartas de amigos que a distancia separou e perdi o contacto, mas não os esqueci. Amigos que escreveram banalidades. Amigos que me escreveram verdadeiras cartas de amor. Hoje compreendo que eram cartas de amor… cartas que falavam de si, das suas vidas, dos seus encantos e desencantos…
Reli uma das cartas que encontrei do Roberto Mártir, do Brasil. Muitas cartas trocámos e até bolos lhe enviei… éramos ambos fans do Club de John Gavin… e muito amigos. Contou-me que era primo do Roberto Carlos e que também tocava violão. Nunca cheguei a receber um disco seu.
Dos papéis mais recentes, voltei a reler uns escritos que imprimi de um dos Blogs de um amigo. Sempre escreveu coisas lindas. Escritos profundos e a fazerem pensar, que julgava que eram escritos para mim… e como me enganei. Enganamo-nos sempre. Quando nos sentimos profundamente desenganados, é tarde demais para se recuar…
Há onze dias que vou passando o tempo em função do toque do telefone portátil, por isso, vou aproveitando o tempo de espera para fazer arquivos e reler os meus papéis. Quando ele toca, a maior parte das vezes, nem posso dar a atenção que queria a quem me liga, porque invariavelmente, só me telefonam quando estou a fazer qualquer coisa que não posso interromper… mas fico feliz, só por saber que não estou esquecida. Contudo, às vezes toca o fixo e não é ninguém… apenas digo “estou sim…” e desligam…
23.08.06
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