quinta-feira, dezembro 06, 2007

NOITE DE NEVOEIRO

Tanto nevoeiro!
A noite está fantasmagórica. Mais parece que estou numa história daquelas que a minha avó me contava, de cavernas e duendes, que com as suas lanternas de luz periclitante, deixavam desenhos disformes nas sombras.

O dia foi cansativo. Dei as aulas habituais mas tive o grato prazer de reencontrar um jovem colega que não via desde que juntos estivemos numa formação sobre lutos, em que o conceituado Moita Flores, deu uma aula que nunca mais nos esqueceremos. O colega foi substituir um outro que está a doutorar-se em Psicogerontologia.

Mais tarde, depois de retemperar o estômago, pois nem havia almoçado, vim escrever um texto que devia, porque jamais aceito certo tipo de situações e o desrespeito pelo ser humano repugna-me, sobretudo quando se está deliberadamente a amachucar outra pessoa, como fazes comigo… e depois santificas a tua posição de vitima, como a criancinha que vai aos bombons do avô… Como é fácil culpabilizar, quando se quer ser o centro das atenções… mas o dia não acabou por aí…

Não atendi chamadas, porque deixei os celulares no silêncio, como haviam estado durante as aulas… e só reparei que havia esquecido quando liguei a uma amiga para saber do seu caso… não foram os “meus interesses” que levaram a não atender. Só se pode exigir, quando não se falha… Mas no todo, houve algo bom. Uma amiga vai publicar um livro. É uma excelente poetiza e muito humana.

O nevoeiro está ainda mais denso. Fui à varanda e até senti um arrepio… medo? Talvez. Está deveras sinistra esta noite… Se fosse de manhã, esperava que o sol despontasse, porque a minha avó dizia muitas vezes que, “manhã de nevoeiro é tarde de soalheiro…”

E mais uma página do Diário que vou escrevendo, para não falar a sós comigo, nesta noite de nevoeiro, em que os faróis dos carros que sobem a estrada, parecem os olhos dos bois-cavalos, que se atravessavam na picada, quando lhes direccionava os máximos…


05.12.07

2 comentários:

Leonor C.. disse...

Minha amiga, não há nada mais triste do que a tristeza, como diz o povo. Mas olhe, o sol hoje veio visitar-nos! Parece que respondeu ao seu apelo! Deixe que ele entre na sua alma para aquecê-la e revigorá-la. Ao menos esse é-nos dado sem favoritismos. Quando nasce é para todos!Bem-vindo seja ele.
Depois de um dia cheio de emoções, como foi o de ontem, espero que se sinta com mais forças. Os nossos monólogos são terríveis mas, por vezes, os diálogos ainda são mais deprimentes. Enfim, no meio de tudo ainda teve uma boa notícia recebida duma amiga poetisa! Muitos êxitos para ela e para si vai o meu beijinho, com muita ternura.

Quando puder veja HOJE E AMANHÃ

Leonor C.. disse...

Tenho uma canção para si no Andorinha.

Beijinhos