sábado, dezembro 01, 2007
ONTEM!
Falámos pouco. O suficiente. Mas falámos. Tão longe mas falámos. Ainda bem que falámos e ainda bem que estávamos longe. Falar foi como uma dádiva que a Natureza nos pôs, para expandirmos o que sentimos.
Falámos muito pouco e embora fosse vago, foi significativo o que dissemos. A nossa distância é incomensurável, mas estás sempre perto. Vives dentro dos meus pensamentos, mas não vês como os meus olhos choram.
Rios de lágrimas que ensopam a almofada ou obrigam a um gasto exagerado de lenços. Como choro!
Agora o que chora é a alma. Está só e só vai ficar por tempos incontáveis, contudo o meu amor não tem tempo, nem densidade nem é apenas feito das palavras que deslizam por esta folha impaciente por recebê-las. Assim escrevo. Assim escreverei até ao fim, dilacerada por uma ausência sem tamanho.
A tristeza não se pesa, não se mede, não se avalia. A tristeza é o elixir da morte extemporânea; a tristeza é o condimento de um amor feito de incertezas, saudades e desilusão…
Mas falámos. Não disse nada do que queria. Não deixei deslizar os lábios meio frios pelo teu corpo porque está ausente. Não deixei as tuas mãos encerrar as minhas, porque apenas falámos e tão longe… tão longe, que pouco dissemos…
29.11.07
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1 comentário:
Querida vizinha Joaninha, não há ninguém como vocemecê para dizer o que é o amor. Já há muito tempo escreveu uma coisa de que gostei imenso. Tá tão bem feito quinté parece que estamos a ver o fulaninho! De pantufas... com falas mansas...e depois zás!
Desejo-lhe um fim de semana mais calmo e as suas melhoras.
Aqui vai uma beijoca da Diólinda!
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