sábado, dezembro 15, 2007
SÁBADO À TARDE
Não sei bem se me apetece escrever, se gritar ou apenas chorar… mas já tenho os olhos inchados e vermelhos de apenas chorar… Aumentou o número de vítimas. E com o arrefecimento previsto, vai aumentar, seguramente, o número de mortos…
São sempre em vão os muitos avisos que se difundem por todos os meios. Uma grande parte das pessoas não liga ao que ouve, ao que lê, nem mesmo quando lhes é segredado que estejam atentos, ligam importância… É mesmo característica do ser humano… depois a catástrofe assola à porta e já pouco resta para ser feito…
Quando nevou, e o frio era intenso, assolou uma tempestade que destruiu todas as belas ramagens da árvore que plantara em meu peito… A Árvore é o símbolo da vida! Foi o princípio do fim…
Despida de folhagens, ramos novos cortados cerce, abria-se assim o vasto horizonte. A perder de vista…
Depois foram reaparecendo os sinais de primavera… mas veio outro Inverno frio e desastroso… e quando uma nova primavera deslumbrava os horizontes da natureza… um vento soprou, nórdico e devastador e as novas ramagens, simbolizando vida, perderam-se… perderam-se uma vez mais…
Está imenso frio. Penso em todos esses seres que vivem à deriva, sem abrigo, sem vontade de lutar por melhores dias ou apenas por um outro dia… perderam tudo, nada têm e por nada lutam… Quantos não são consequência de ser mal amados!... Quantos não são o resultado de uma entrega, de um desvelo por quem nem se apercebeu ou se deu ao trabalho de aperceber que estava a ser amado… Como é difícil fazer o mundo entender que só com amor se consegue ultrapassar as grandes dificuldades. Como se confunde Amor, no dia a dia, com tanta outra coisa que nada tem a ver com Amor…
Mas de mármore cinzento e frio será o tálamo onde vou deixar as poucas gramas de cinza que restarão deste corpo gasto e sem alma, que divagou sem destino, que amou sem amado e das suas rosas foi fazendo um pouco de pão…
15.12.07
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